ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 03-05-2002.

 


Aos três dias do mês de maio do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Fernando Záchia, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Marcelo Danéris, Maria Celeste e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Primeira Sessão Extraordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo n° 095/02 (Processo n° 1629/02); pelo Vereador Ervino Besson, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 070/02 (Processo n° 1330/02); pelo Vereador Fernando Záchia, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 098, 099 e 100/02 (Processos n°s 1660, 1661 e 1662/02, respectivamente) e o Projeto de Resolução n° 070/02 (Processo n° 1634/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, 22 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo n° 097/02 (Processo n° 1658/02); pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo n° 093/02 (Processo n° 1620/02); pela Vereadora Maria Celeste, a Emenda n° 01 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 050/02 (Processo n° 1142/02). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 004/01 (Processo nº 0088/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 312 e 316/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 154/02, do Senhor André Luiz Nunes Kleinert, Chefe do Setor de Contratos do Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE; s/n°, do Senhor César Pureza, Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre - SIMPA. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Eunice Dora de Abreu, Diretora da Associação Liga de Amparo aos Necessitados - ALAN, que discorreu acerca das atividades desenvolvidas pela referida entidade no decorrer dos quarenta e cinco anos de fundação, referindo-se à sistemática de atuação adotada no atendimento assistencial e educacional a integrantes de comunidades carentes porto-alegrenses e destacando o trabalho dos voluntários na realização dos projetos dessa instituição. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Adeli Sell e Ervino Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às nove horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Ana Maria Wilhein, Superintendente da Fundação ABRINQ pelos Direitos da Criança e do Adolescente, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que se manifestou acerca das atividades desenvolvidas pela referida Fundação e a sistemática de atuação adotada no atendimento às populações carentes do Brasil. Também, teceu considerações sobre o projeto Prefeito Amigo da Criança, convidando os Senhores Vereadores a participarem na elaboração de ações sociais que visem à proteção integral da criança e do adolescente. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Sofia Cavedon, Raul Carrion, Cássia Carpes e João Antonio Dib, que se manifestaram acerca do assunto abordado pela Senhora Ana Maria Wilhein. Às nove horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz cumprimentou os integrantes da comunidade do Jardim Leopoldina presentes nessa Sessão Ordinária. Também, criticou as políticas de saneamento básico adotadas pelo Executivo Municipal, discursando acerca de laudo emitido por laboratório de análises bioquímicas sediado nesta Capital, relativo à qualidade da água distribuída à população do Bairro Lomba do Pinheiro pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE. O Vereador Marcelo Danéris reportou-se ao pronunciamento do Vereador Luiz Braz no que tange a laudo emitido por laboratório de análises bioquímicas sediado em Porto Alegre, alusivo à da qualidade da água fornecida à população do Bairro Lomba do Pinheiro pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE. Também, pronunciou-se contrariamente ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos em Porto Alegre. A Vereadora Maria Celeste teceu considerações acerca da questão do homossexualismo, salientando o aumento de casos de homicídios cometidos contra homossexuais no Brasil. Também, mencionando relatório relativo à pesquisa realizada por professor da Universidade Federal da Bahia - UFBA - acerca do assunto, informou que Sua Excelência enviará cópias desse material aos Senhores Vereadores integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. A Vereadora Maristela Maffei, referindo-se ao pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, manifestou-se acerca do aumento dos casos de violência cometida contra homossexuais. Também, discorrendo acerca do tratamento dispensado às comunidades em situação de vulnerabilidade social pelos meios de comunicação de massa brasileiros, aludiu às ações de saneamento básico voltadas realizadas pelo Executivo Municipal no Bairro Lomba do Pinheiro. O Vereador Nereu D'Avila, discursando acerca da Lei Municipal nº 7.109/92, que regulamenta a abertura do comércio aos domingos, teceu críticas ao Sindicato do Comércio Varejista de Porto Alegre - SINDILOJAS - no que tange ao cumprimento de dispositivos da referida regulamentação, divulgando que os estabelecimentos comerciais que abrirem no próximo domingo serão fiscalizados pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC. O Vereador Sebastião Melo, reportando-se aos pronunciamentos dos Vereadores Marcelo Danéris e Nereu D'Avila, no que tange à proposta de abertura do comércio aos domingos, teceu considerações acerca da importância do cumprimentos de leis em vigor neste País. Também, criticando as políticas administrativas adotadas pelo Executivo Municipal, procedeu à leitura de artigos do Decreto-Lei nº 201/67, que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos Municipais. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib discorreu sobre os problemas verificados no sistema público de segurança do Estado do Rio Grande do Sul, criticando as políticas adotadas pela Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança no que tange ao assunto. Nesse sentido, procedeu à leitura de correspondência enviada pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de Segurança Pública ao Coronel Gérson Nunes Pereira, Comandante-Geral da Brigada Militar. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas, todas relativas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 057/00 (Processo nº 0950/00): de nºs 02 e 03, propostas pelo Vereador Nereu D'Avila e assinadas pelo Vereador Luiz Braz, Líder da Bancada do PFL; de nº 04, proposta pelo Vereador Nereu D'Avila e assinada pelo Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PHS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion teceu críticas ao posicionamento adotado pelo Senhor Alceu Marconato, Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Porto Alegre - SINDILOJAS, no sentido de incentivar a abertura de estabelecimentos comerciais aos domingos, apesar das disposições contidas na Lei Municipal nº 7.079/92, a qual veda essa prática, excluídas as situações em que as atividades comerciais aos domingos sejam fruto de acordo entre comerciantes e comerciários. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 027/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 076/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, 088 e 081/02, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Sofia Cavedon e Adeli Sell, o Projeto de Resolução nº 069/02; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 027/02, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 069 e 084/02, este discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro, 085 e 082/02, este discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon e João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes externou seu posicionamento contrário à imposição de decisões tomadas pelo Diretório Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro em relação ao Diretório Regional desse partido, comentando as tratativas que vêm sendo realizadas no sentido de se estabelecer uma coligação entre as agremiações partidárias que professam a ideologia trabalhista, com vistas às próximas eleições gerais brasileiras. O Vereador João Bosco Vaz reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Cassiá Carpes em Comunicação de Líder, no que tange às negociações realizadas entre o Partido Democrático Trabalhista e o Partido Trabalhista Brasileiro, no sentido de estabelecer uma aliança política para a disputa das próximas eleições gerais. Também, abordou aspectos alusivos à posição assumida pela Bancada do Partido Democrático Trabalhista neste Legislativo no que tange ao assunto. O Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre as atividades desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC. Também, referiu-se a artigo publicado hoje pela imprensa, alusivo a problemas na aquisição, pelo Executivo Municipal, de prédio localizado na Rua Jerônimo Coelho e comentou problemas verificados na qualidade da água fornecida à população de Porto Alegre, mencionados pelo Vereador Luiz Braz em pronunciamentos anteriores. O Vereador Haroldo de Souza teceu considerações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/02 (Processo nº 1574/02), de autoria de Sua Excelência, o qual autoriza a abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre. Também, defendeu a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para averiguar denúncias de irregularidades na atuação do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB e questionou a falta de informações quanto à contratação de professores para a rede pública municipal de ensino. Na ocasião, a Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se sobre o pronunciamento efetuado pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo o Orador referido-se a essa manifestação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion externou sua contrariedade ao teor do Projeto de Lei nº 1295, de autoria do Deputado Federal Adolfo Marinho, atualmente em tramitação no Senado Federal, que modifica as regras a serem observadas pelos Municípios para a concessão ou permissão para a prática de serviços de táxi, notadamente no que se refere à contratação de auxiliares para esse serviço e à reversão da concessão ao poder permitente, no caso de falecimento do permissionário original. O Vereador Fernando Záchia salientou a importância da função fiscalizatória desempenhada pela Câmara Municipal de Porto Alegre no que tange às atividades do Poder Executivo. Nesse sentido, comentou dados referentes aos efeitos ocasionados pelo atraso na realização de obras públicas de grande porte promovidas pela Prefeitura Municipal em relação às comunidades residentes no entorno das mesmas, criticando o Executivo Municipal pelo modo como vem lidando com a questão. A Vereadora Clênia Maranhão procedeu à leitura de documento firmado por integrantes do Partido Popular Socialista - PPS, destacando o apoio demonstrado por Suas Senhorias à candidatura do Senhor Antônio Britto ao cargo de Governador do Estado nas próxima eleições. Nesse sentido, teceu considerações sobre a postura adotada pelos Partido Democrático Trabalhista - PDT e pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB no que diz respeito à composição de uma Frente Trabalhista. O Vereador Juarez Pinheiro reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Fernando Záchia, no que tange aos prazos de conclusão das obras viárias da III Perimetral, justificando os motivos que levaram o Executivo Municipal a prorrogar os referidos prazos. Também, comentou pesquisa de opinião que demonstra o crescimento da intenção de votos dos eleitores para o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República, analisando a repercussão desse fato no sistema financeiro nacional. O Vereador Carlos Alberto Garcia discorreu sobre a utilização de caçambas para recolhimento de entulho nas ruas do Município, alertando para a necessidade da adoção de medidas que busquem coibir atividades ilegais de empresas desse setor. Nesse sentido, mencionou dados divulgados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, relativamente à quantidade desses equipamentos instalados na Cidade e solicitou o engajamento desta Casa no sentido de regulamentar a legislação existente quanto ao tema. O Vereador Luiz Braz referiu-se às denúncias apresentadas por Sua Excelência durante o período de Comunicações da Vigésima Sexta Sessão Ordinária, acerca das propriedades físico-químicas de amostra de água coletada em residência no Bairro Lomba do Pinheiro, afirmando que a mesma é imprópria para o consumo humano. Em relação ao assunto, questionou as ações efetuadas pelo Departamento Municipal de Águas e Esgoto - DMAE no sentido de resolver esse problema. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando informações sobre a tramitação do Requerimento nº 079/02 (Processo nº 1663/02 - Requer sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis quanto ao cumprimento da Lei Municipal nº 7109/92, que regulamenta a abertura do comércio aos domingos). Também, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se sobre o Requerimento nº 081/02 (Processo nº 1665/02 - Requer que esta Casa represente ao Ministério Público por crime de responsabilidade do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, pela inexecução da Lei Complementar Municipal nº 5.409/84, que prevê a concessão de passagens de ônibus gratuitas para desempregados). Às doze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às doze horas e vinte e quatro minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado o Requerimento nº 076/02 (Processo nº 1636/02 - Sessão Solene para homenagear os setenta e cinco anos de fundação da Viação Aérea Rio-Grandense - VARIG), de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Foi aprovado o Processo nº 1562/02 (Indicação de servidor para integrar, como representante desta Casa, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA, em substituição ao Senhor Cleber A. Nunes). Foi aprovado o Requerimento nº 067 (Processo nº 1512/02 - Requer autorização para representar este Legislativo no III Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável - CITURDES, a ser realizado do dia quatorze ao dia dezesseis de maio do corrente, no Município de Santa Cruz do Sul - RS, com percepção dos custos inerentes ao evento e diárias), de autoria do Vereador Adeli Sell. Foi aprovado o Requerimento nº 068/02 (Processo nº 1532/02 - Requer autorização para representar esta Casa no evento "Agenda 21 das Mulheres por um Planeta Saudável - Perspectivas para um Futuro Sustentável", a ser realizado do dia dezesseis ao dia vinte e dois de maio do corrente, na Cidade de Veneza, Itália, com percepção de passagens aéreas e cinco diárias), de autoria da Vereadora Maristela Maffei, por dezessete votos SIM, dois votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz e Fernando Záchia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Almerindo Filho e Luiz Braz e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes, Haroldo de Souza e João Antonio Dib, este com Declaração de Voto. Na ocasião, o Senhor Presidente, prestou esclarecimentos sobre reuniões realizadas entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, a fim de estabelecer os critérios a serem adotados para a concessão de Representação Externa aos Senhores Vereadores. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 008/01. Em Votação, esteve o Parecer n° 035/02 (Processo nº 0666/02), da Comissão de Constituição e Justiça, o qual foi encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris e Elói Guimarães. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 131/02, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n° 040/02 (Processo nº 1363/02). Às treze horas e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Eunice Dora de Abreu, Diretora da Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN -, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. EUNICE DORA DE ABREU: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Ex.mo Ver. Beto Moesch e demais Vereadores, autoridades presentes, senhores e senhoras.

Vou-lhes contar uma história de amor e solidariedade. A Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN - foi idealizada e fundada pelo casal Marieta e Alberto Menda, no dia 02 de maio de 1957. Desde então, essa nova família não parou de crescer e levar amor e solidariedade a todos aqueles que necessitam. São anos de dedicação ao próximo que relatam a história da instituição, aliás, uma história tão ligada a todos que a envolvem que, por vezes, se confunde.

Tudo começou quando a Sr.ª Marieta e o Sr. Alberto Menda, em suas andanças pelo bairro, levavam um pouco de carinho e atenção aos menos favorecidos. Ela, encarregada da triagem médica dos tuberculosos, mantinha palestra dos mais variados assuntos de interesse da comunidade e ainda distribuía enxovais para bebês. Ele, por sua vez, provia o sopão e os ranchos, que fazia questão de preparar e doar.

Certo dia, ouvindo choro e lamentações vindos de um barraco, onde crianças sozinhas, deixadas pelos seus pais que precisavam trabalhar, choravam de fome, já que passava das três horas da tarde, sensibilizou de tal forma o casal que, a partir daquele momento, decidiu iniciar uma obra em benefício das crianças pobres do bairro Bom Jesus, antigo Mato Sampaio.

Era o começo da Associação Liga de Amparo aos Necessitados. A partir daí, inicia-se uma corrida para adequar espaços, conseguir recursos, aumentar atividade assistencial e cumprir, da maneira mais dedicada, a promessa social de assistir aos que necessitam de cuidados. É nessa etapa que ao Engenheiro Sr. Paulo Levacoff, como amigo do casal Menda, pessoa de boas relações, foi solicitado um projeto de uma construção nova, uma vez que aquele espaço, além de pequeno, não tinha a menor condição de abrigo. Com o auxilio do Lions Club Floresta, com a ajuda da indústria e do comércio, tomava forma o alicerce da nova sede da ALAN. A aquisição do terreno ao lado veio reforçar o espaço para as novas oficinas que ajudariam na manutenção da creche.

Desde então, a missão começa a ter consistência. Mais pessoas passam a se envolver com a idéia, novos projetos são desenvolvidos, criam-se mais parcerias.

Hoje a instituição atende a mais de duzentas pessoas por dia: nos programas de creche - idade de zero a seis anos -; no berçário, maternal e jardim - SASE, idade de sete a quatorze anos –; no serviço de apoio sócio-educativo, através de oficinas pedagógicas; no trabalho educativo - de quatorze a dezoito anos - preparação do adolescente para o mundo do trabalho, na área da informática; centro de convivência do idoso, na idade acima de sessenta anos, resgate da auto-estima; família-cidadã – quarenta e uma famílias assistidas com uma renda mínima.

Como organização não-governamental, sem fins lucrativos, a ALAN é mantida por convênios, padrinhos e doações. Nesses seus quarenta e cinco anos de existência, vem mantendo o compromisso de prestar serviços de amparo, educação e lazer às crianças, adolescentes, idosos e famílias da comunidade, um trabalho solidário espalhado pelo bairro e arredores, que leva segurança, carinho, alimentação, saúde e educação. Para isso conta com a responsabilidade social, através das parcerias; com a garra da diretoria, que não mede esforços pelo seu ideal. O apoio dos funcionários e a disponibilidade dos voluntários faz com que a ALAN cresça de uma forma positiva dentro do cenário das organizações gaúchas. Parabéns família ALAN. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convidamos a Sr.ª Eunice Dora de Abreu a fazer parte da Mesa. O Ver. Beto Moesch está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento, pelo PPB.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr.ª Eunice Dora de Abreu, Diretora da Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN –, nós queremos parabenizar essa instituição, que está fazendo quarenta e cinco anos, garantindo os direitos das crianças e dos adolescentes em situação de risco; portanto, muito antes do Estatuto da Criança e do Adolescente. A ALAN retira o Estatuto da Criança e do Adolescente dos papéis, há quarenta e cinco anos, colocando em prática o que a sociedade tem o dever de fazer.

O início contínuo de um grande empreendimento de vida e que também atende a idosos a viverem momentos especiais. Isso, através do voluntariado da comunidade, sempre buscando suprir uma lacuna do Poder Público, que tem o dever de fazê-lo, mas aqui, mais uma vez, é a comunidade que faz. Colocaste muito bem, através do Lions Floresta, da indústria e do comércio que, num grande mutirão, atendem essas pessoas.

Chamou-nos a atenção a preparação de adolescentes de quatorze a dezoito anos para o mundo do trabalho, com oficinas de capacitação profissional, informática, empreendedorismo, etc. O Centro de Convivência do Idoso e a Família Cidadã, que é o atendimento a quarenta e uma famílias em situação de vulnerabilidade social.

Encerra dizendo: “Estamos esperando a sua visita, de coração aberto”; porque continua necessitando da comunidade, porque, infelizmente, o Poder Público continua nessa grande lacuna, não atendendo, não oferecendo o que é o seu dever.

Parabéns a ALAN e, com certeza, a Câmara de Vereadores estará atenta e parceira nesse trabalho extraordinário que vocês fazem a essas pessoas que necessitam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadores, Srs. Vereadores, Sr.ª Eunice Dora de Abreu, Diretora da Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN -, é uma satisfação recebê-la aqui e dizer que foram quarenta e cinco anos, e deve haver muita luta nesse órgão que hoje a senhora representa com muita satisfação. Queira receber da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro a nossa solidariedade, os nossos parabéns. Tenho certeza de que esta Casa será muito sensível ao seu trabalho, a sua desenvoltura, ao seu sacrifício, mas um sacrifício com satisfação, com gratidão da sociedade. E nós, Vereadores, queremo-nos associar a este dia importante, a esta data, a esses quarenta e cinco anos, porque, sem dúvida, comandar uma entidade por quarenta e cinco anos, uma entidade que vem colaborando para os poderes executivos... Tenho certeza de que a nossa Câmara só pode elogiar o seu trabalho. Portanto, parabéns, conte com esta Casa, conte com o Partido Trabalhista Brasileiro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento. Fala pelo PT.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, digna representante da ALAN, é um prazer recebê-la nesta Casa. Em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós parabenizamos o seu trabalho, porque conhecemos o quanto é importante o acolhimento de crianças, principalmente em situação de risco, como também o trabalho realizado com idosos e o trabalho das oficinas, porque parece-me que esse é o trabalho que a sua organização realiza e que faz com que as pessoas não apenas se liguem à instituição, mas busquem também o seu espaço de entretenimento, no caso da terceira idade, de trabalho, inclusive, com a venda de alguns materiais produzidos. Daí a importância da busca permanente que a instituição faz dos voluntários, porque tivemos oportunidade de, recentemente, levar pessoas que queriam fazer um trabalho voluntário até a Bom Jesus, na Vila Fátima, e ver o quanto é importante aquilo que ali está sendo realizado pela instituição. Mais uma vez, em nome do Partido dos Trabalhadores, a nossa saudação, o nosso reconhecimento e a nossa palavra de que, sempre que for necessário e que pudermos colaborar, estaremos juntos com a ALAN. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento. Fala em nome do PDT.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ª Eunice Dora de Abreu, Diretora da ALAN, pessoas que acompanham esta entidade nesta Casa, em nome do meu Partido, o PDT, do Ver. Isaac Ainhorn, do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Dr. Goulart e do nosso estimado e querido Presidente, Ver. José Fortunati, queremos, de uma forma muito especial, saudar esta entidade pelo extraordinário trabalho. São quarenta e cinco anos de trabalho voltado ao próximo, para as pessoas que necessitam de uma mão estendida. Esta entidade assim o faz. Dona Eunice, leve à sua equipe e a todas as pessoas que se envolvem com esta entidade, o nosso carinho, o nosso abraço. Que Deus abençoe a senhora e cada uma dessas pessoas pelo espírito de humanidade e amor ao próximo. O nosso grande abraço. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos agradecer a presença da Sr.ª Eunice Dora de Abreu, Diretora da Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN -, que hoje tratou das atividades desenvolvidas por essa importante instituição ao longo dos seus quarenta e cinco anos de existência. Em nome da Presidência da Câmara Municipal dos Vereadores, cumprimento a ALAN pelo belíssimo trabalho social desenvolvido na nossa Cidade. Indiscutivelmente, trata-se de um trabalho humano da mais profunda relevância e que tem o reconhecimento não somente dos porto-alegrenses, mas de todos os gaúchos.

Suspendo a Sessão por alguns minutos para as devidas despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h33min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 09h35min): Estão reabertos os trabalhos. É com muito prazer e com muita honra que anunciamos o comparecimento da Sr.ª Ana Maria Wilhein, Superintendente da Fundação ABRINQ pelos Direitos da Criança e do Adolescente, acompanhada do Sr. Alexandre Schneider, também da Fundação ABRINQ.

A Sr.ª Ana Maria Wilhein está com a palavra.

 

A SRA. ANA MARIA WILHEIN: Ver. José Fortunati, Ex.mo Sr. Presidente desta Casa e demais Vereadores, peço desculpas pela não-adequação ao protocolo, mas ocorre que, no terceiro setor, nós somos um pouco menos formais do que vocês estão acostumados. Faz tempo que não venho a este espaço, mas é uma honra muito grande para a Fundação ABRINQ estar aqui, falando para os Srs. Vereadores. Agradeço muito à Ver.ª Sofia Cavedon, que é quase como uma embaixadora no Programa Prefeito Amigo da Criança aqui no Município.

Esse Programa foi criado pela Fundação ABRINQ para acompanhar as administrações municipais no que diz respeito à criança e ao adolescente. Como os Senhores sabem, a Constituição Brasileira, no art. 227, definiu que a criança e o adolescente são prioridades absolutas em nosso País, e o Estatuto da Criança e do Adolescente também define que é do Município a responsabilidade pelo atendimento da criança e do adolescente. Nesse sentido, a Fundação ABRINQ, como uma entidade do terceiro setor, resolveu criar um Programa que pudesse dar apoio às gestões municipais para cumprirem com esse objetivo, para cumprirem com essa obrigação de Lei, que é dar uma atenção prioritária às crianças e aos adolescentes.

A Fundação ABRINQ é uma entidade criada em 1990 por empresários e por aí vem mobilizando esforços da sociedade para que nós também assumamos a responsabilidade para com as crianças. O Programa Prefeito Amigo da Criança está hoje em Porto Alegre, numa parceria com a Prefeitura, recebendo Prefeitos da Região Sul do País. São duzentos e setenta e um Prefeitos que assinaram conosco um termo de compromisso para que assumam, como prioridade absoluta na sua administração, políticas públicas voltadas para as crianças. Aqui no Rio Grande do Sul são cento e dois Municípios; no Paraná, cento e um; em Santa Catarina, sessenta e oito. Estamos reunidos na PUC em parceria com a Prefeitura, como disse, com um esforço muito grande da Secretaria de Governo, a quem agradecemos também aqui neste espaço. Neste evento, nós estamos reunindo Prefeitos e equipes dos Prefeitos, assim como os Presidentes dos Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente para juntos entendermos o que é efetivamente colocar a criança no centro do espaço político do Município. O Programa Prefeito Amigo da Criança tem como objetivo comprometer, apoiar e mobilizar os gestores e suas equipes na implementação das políticas públicas de proteção integral à criança e ao adolescente; para isso nós criamos uma mecânica em que - durante os quatro anos, acompanhamos a gestão - os Prefeitos têm assinado conosco termos de compromisso em que declaram essa prioridade, e nós declaramos a eles o apoio que nós daremos tecnicamente ao Município. A partir desse momento, os Municípios que assinarem o termo de compromisso recebem uma ferramenta chamada Mapa da Criança e do Adolescente, que é esta daqui (mostra o Mapa), que é uma ferramenta de planejamento. Nossa crença é que o Município que diagnosticar os seus problemas, conhecer efetivamente a sua realidade, será capaz de planejar uma gestão absolutamente focada na criança.

O que estamos realizando, hoje, aqui em Porto Alegre, é um seminário de capacitação, de aprimoramento de técnicas de planejamento e gestão com foco na criança e no adolescente. A partir do momento em que o Município preencher este mapa com consistência de dados, a Fundação ABRINQ oferecerá um selo de Prefeito Amigo da Criança, e, a partir desse momento, constitui-se uma nova rede de Prefeitos.

Este Programa já aconteceu na gestão passada, e Porto Alegre recebeu duas vezes o Prêmio Prefeito Criança como destaque nos resultados alcançados e na forma como tem alcançado. Aqui eu saúdo mais uma vez este Município, que é exemplo no tratamento à criança, no foco na criança. Porto Alegre foi, por duas vezes, premiada e está hoje sediando este Seminário. Esperamos que novamente se repita este reconhecimento público. Porto Alegre é, portanto, um Município referência nessa rede Prefeito Amigo da Criança que estamos constituindo com esse novo grupo de Prefeitos da gestão que está agora em andamento. O Prêmio Prefeito Amigo da Criança ocorrerá por duas vezes, em 2003 e 2004.

O Programa Prefeito Amigo da Criança, portanto, vem implementando procedimentos junto às administrações para que construam uma cultura de gestão planejada, participativa e integrada. Mais uma vez, Porto Alegre se destaca como um exemplo. Porto Alegre tem sido mencionada como referência nos nossos encontros por ter criado, por ter coordenado tão bem essa ação na gestão passada e agora novamente ao designar uma coordenação no secretariado que possa amarrar e integrar as demais secretarias. E aqui compete também ao Legislativo uma enorme responsabilidade, que é a de aprovar, de acompanhar e de sugerir ações integradas na política pública, especialmente no que diz respeito ao reflexo dessas políticas no Orçamento Público. O Orçamento da Cidade tem de refletir essa prioridade, e isso compete ao Executivo e ao Legislativo fortemente.

É fundamental que o Legislativo se envolva na questão, não só por ser definidor de leis, como também por ser um forte fiscalizador da ação do Executivo. O Projeto Prefeito Amigo da Criança também vem mobilizando as forças políticas da região para que possam controlar, para que possam participar, porque criança e adolescente não são só interesses do Poder Público, mas são interesses de toda a sociedade; a criança e o adolescente, como diz o art. 227 da Constituição, são do interesse da família, da sociedade e do Estado. Portanto, é fundamental que essas forças da sociedade sejam ouvidas e participem de uma gestão que priorize a infância. Nós também temos como objetivo disseminar as experiências bem-sucedidas dos Municípios. Os mil duzentos e oitenta Municípios que hoje integram a rede Prefeito Amigo da Criança em todo o País correspondem a 23% dos Municípios brasileiros e a 43,6% da população brasileira. É inserida nesse contexto que está Porto Alegre.

O que é ser, efetivamente, um Prefeito Amigo da Criança? O Prefeito Amigo da Criança é aquele que dá prioridade à infância, é aquele que semeia uma cultura administrativa nova, que valoriza a integração de todas as políticas e serviços e que governa de forma transparente e democrática. Com isso vai transformar a realidade das crianças no seu Município.

A Fundação ABRINQ convida os Srs. Vereadores para, juntos, compartilharem de uma visão de futuro para a nossa infância, onde tenhamos crianças e adolescentes, no futuro, como sujeitos de direitos plenamente respeitados em todas as dimensões, com um programa de proteção integral garantido pelos governos e pela sociedade, um desenvolvimento espiritual garantido por todos os atores sociais que estejam – aí os Vereadores têm um papel fundamental – informados e que mobilizem a sociedade para construir esta realidade. Estejamos articulados no desenvolvimento de ações que são descentralizadas e que são participativas. Que tenhamos crianças e adolescentes habilitados para cobrar mais do poder público e que desafiemos, continuamente, os limites impostos pelas condições sócio-econômicas. O que queremos é a construção de uma geração, de uma nova sociedade mais justa, com adultos, no futuro, plenamente capacitados para isso.

A Fundação ABRINQ está apresentando aqui e entregará para o Presidente da Câmara o Mapa da Criança e do Adolescente, uma ferramenta inédita de planejamento e gestão com foco na criança e no adolescente.

O que estamos propondo aqui é um diagnóstico da situação da infância e um estabelecimento de metas que sejam reais para o Município. Isso quer dizer que nós gostaremos de premiar Municípios e gostaríamos de premiar, novamente, Porto Alegre, desde que se demonstre aqui um real esforço para alcançar desafios. Porto Alegre já está muito melhor situada, comparada a outros Municípios, mas, evidentemente, que os problemas com a infância são renováveis a cada dia. Por isso, nós propomos que Porto Alegre hoje – a partir desse seminário – comece a preencher esse Mapa, estabelecendo metas para os próximos anos, até 2004, e que possamos, juntos, vir acompanhando o alcance dessas metas. Esperamos que isso, efetivamente, esteja refletido no orçamento público e que os Srs. Vereadores possam acompanhar e contribuir efetivamente na autorização e composição dos gastos que devam ser feitos nas políticas com crianças.

Sabemos que um programa como este só tem sucesso se a comunidade local estiver fortemente mobilizada; para isso o programa precisa e deve mobilizar os Conselhos de Direito, as organizações não-governamentais, o Judiciário, o Ministério Público, os sindicatos, as universidades, as empresas; para isso os Srs. Vereadores são fortes aliados neste Programa.

Nós temos uma satisfação muito grande de estar aqui, hoje, trazendo para os Srs. Vereadores este Programa e pedindo o apoio efetivo da Câmara dos Vereadores neste Programa com que o Executivo tão fortemente está comprometido. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convidamos a Sr.ª Ana Maria Wilhein a fazer parte da Mesa.  A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, eu gostaria, em primeiro lugar, em nome da minha Bancada, de dizer que é muito bem-vinda a ABRINQ à Câmara de Vereadores, como já foi em anos atrás, quando chegou em Porto Alegre e desafiou a nossa terceira gestão a pensar o seu Orçamento, a pensar as suas políticas na perspectiva de avançar no atendimento e na inclusão de crianças e de adolescentes. Esse fato, testemunhado pelo Ver. José Fortunati, hoje Presidente da Câmara, e que era, então, Vice-Prefeito, tenho certeza, foi decisivo para a Administração Popular, para a cidade de Porto Alegre. Nós tínhamos uma caminhada que tinha um compromisso social só pelo fato de instituir na Cidade todo um processo de debate, com a população, de definição e destinação da verba.

Mas, no momento em que a ABRINQ vem e nos desafia a termos um Prefeito Criança, ou seja, uma “Prefeitura Criança”, passamos a desafiar cada uma das secretarias, cada uma das políticas que desenvolvemos, para que pensem as suas políticas na perspectiva de avançar nesse atendimento.

Então, Porto Alegre dá um salto de qualidade, neste momento, pela ousadia, pela persistência da ABRINQ. Era isso que eu queria ressaltar aqui. O que era, no início, um grupo de empresários preocupados em que as empresas tivessem ações voltadas para a criança é hoje um grande mobilizador em nível nacional de ações nesse sentido. Constituiu uma credibilidade que lhe dá condições de problematizar e de estimular, instigar administrações.

Ouvi, ontem, que mais de trezentos Municípios aderiram, aqui, na região Sul e que estão refletindo a partir do seu Orçamento, das suas possibilidades, novas metas em relação à criança e ao adolescente. Penso que é um grande exemplo da sociedade civil, assumindo a sua parte do tamanho da tarefa que temos de cumprir o ECA, de cumprir a Constituição, no que diz realmente a criança ser centralidade, ser prioridade.

Está de parabéns a ABRINQ. Porto Alegre novamente se desafia, e se desafia não a fazer um ou outro projetinho, não a ter uma ação emblemática, mas a, em todas as suas ações, em toda a sua rede, realmente fazer inclusão social e priorizar a criança e o adolescente. Ana, obrigada pela presença. Parabéns e força para o trabalho de vocês. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, em primeiro lugar, a nossa saudação à companheira Ana Maria, Superintendente da Fundação ABRINQ, conhecida nacionalmente pelo seu trabalho. Queremos dizer da importância desse trabalho em um país como o Brasil, onde os jovens são a imensa maioria, mas, infelizmente, passam por graves problemas e dificuldades, sendo que cerca de cinco milhões deles são obrigados a trabalhar. É o chamado trabalho infantil - que lutamos por erradicar -, sem direito à infância, quando milhares vivem nas ruas, outros tantos não têm nenhuma perspectiva de trabalho para o futuro, não têm perspectivas de emprego, de uma vida digna, de concluir os estudos, etc. Sabemos que esses problemas tão graves só poderão ser solucionados, no nosso entender, no entender do meu Partido, com uma transformação social bastante profunda. Mas é importante que, enquanto trabalhamos e somos parceiros para essa transformação do nosso País, para que se rompa com esse neoliberalismo, para que se rompa com essa sociedade de exploração e de opressão, que causa tantos pesares para o nosso povo, é importante um trabalho como o que a ABRINQ faz, que incentiva que, ao menos, consigamos minorar o problema, enfrentá-lo em parte e dar pelo menos para um bom número de jovens uma perspectiva de vida. Parabéns! Prossigam nesse trabalho e tenham sempre na Bancada do PC do B uma Bancada solidária e parceira nessa luta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, demais Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, Sr.ª Ana Maria, tenho a satisfação de recebê-la aqui e dizer que a sua preocupação é uma preocupação muito grande desta Casa. Nós estamos atravessando um problema muito difícil para as nossas crianças e para os nossos adolescentes no Brasil inteiro. Quero, ao mesmo tempo, parabenizar a sua entidade, a ABRINQ, a Sr.ª Superintendente, e desejar que esta entidade seja cada vez mais exigente com os Poderes Públicos Municipal, Estadual e Federal, porque a gravidade do problema vem-se acentuando a cada momento.

Se tivesse que dar uma opinião ou até reivindicar alguma coisa, solicitaria que a senhora pudesse entrar em contato com os conselhos tutelares, caso ainda não tenha contatado, para que possa passar um perfil e um quadro atual, não só de Porto Alegre, como do Brasil, porque esse trabalho de vocês é muito importante, é um trabalho brilhante. E a parceria com as Prefeituras é fundamental.

Mas nós estamos passando por um problema grave, que é o dos tóxicos na nossa adolescência. Portanto, peço desculpas por ter citado esses aspectos, mas, para a nossa Casa, a preocupação com as crianças e os adolescentes é uma prioridade. A situação em Porto Alegre é grave, assim como é grave a situação em nosso País. Portanto desejo um ótimo trabalho, que tenham parcerias que possam dignificar o trabalho tanto do Prefeito, quanto da ABRINQ, que já faz um trabalho sensacional. Essa é a nossa preocupação, como é, tenho certeza, a preocupação dos Prefeitos e da ABRINQ. Um abraço para a senhora, que seja bem-vinda nesta Casa e que faça um excelente trabalho, como está sendo feito até agora, com muita propriedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, minha cara Ana Maria Wilhein, Superintendente da Fundação ABRINQ, só vou fazer uma lembrança aqui. A pessoa que entende, em Porto Alegre, dos problemas da ABRINQ, do Prefeito Criança, está presidindo os trabalhos neste momento, que é o nosso querido Ver. José Fortunati. Ele foi um incentivador para a Prefeitura de Porto Alegre e ganhou duas vezes o prêmio Prefeito Criança. Eu o cumprimento neste momento. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradecemos à Sr.ª Ana Maria Wilhein pela sua presença. E gostaria de agradecer ao Ver. João Antonio Dib pelas palavras carinhosas, e, ainda, dizer do meu reconhecimento pessoal pelo trabalho desenvolvido pela Fundação ABRINQ em todo o País. Sou testemunha viva, minha querida Ana Maria, do importante trabalho que a Fundação ABRINQ tem realizado, o trabalho de incentivo, que procura acima de tudo sensibilizar, não somente os Prefeitos, não somente os Vereadores, mas toda a sociedade brasileira para essa gravíssima situação em que se encontram as nossas crianças e adolescentes em situação de risco.

Não tenho dúvida de que graças ao trabalho abnegado de milhares de instituições que no dia-a-dia, de uma forma bastante forte, tentam combater as mazelas da política econômica que coloca ao largo as crianças e adolescentes que ficam em situação de risco - como a ALAN, que esteve conosco há poucos minutos -, graças a essas milhares de entidades, juntamente com a compreensão que o poder público vem tendo, de uma forma cada vez mais abrangente, nós estamos atenuando o grave problema enfrentado pelas nossas crianças e adolescentes. Mas sabemos que ainda temos um longo caminho a percorrer. Desejo longa vida à Fundação ABRINQ, porque tenho a certeza de que, com entidades como esta, com o seu incentivo, sua força e sua garra, teremos, todos, a coragem e a competência para tratarmos de forma adequada o assunto.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h57min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati -  às 09h58min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero cumprimentar os moradores do Jardim Dona Leopoldina, e uma nova moradora que eu acredito que seja um grande reforço para essa luta que fazem os moradores do Jardim Dona Leopoldina: a minha amiga Ronalda Salerno, que é moradora, agora, do Jardim Dona Leopoldina e que é uma das lideranças comunitárias que eu apreendi a respeitar, trabalhando dentro do movimento dos Clubes de Mães. E eu tenho certeza absoluta de que nessa luta que o Jardim Dona Leopoldina empreende - e que haverá de ser vitoriosa - vocês ganham, realmente, um reforço extraordinário.

Mas eu quero falar hoje é sobre a água. Nós esses dias trouxemos aqui uma análise de água colhida lá na Lomba do Pinheiro, e a análise que nós apresentamos, é uma análise da Laborquímica, apresentava colimetria positiva. Apresentamos aqui a análise e fomos contestados pela Liderança petista, na época, dizendo que não podíamos tomar essa liberdade de colher uma amostra de água numa comunidade e mandar fazer a análise por nossa própria conta. Divergi da opinião dessa Liderança, porque acredito que esta seja a minha obrigação. Quando chamado a determinado lugar para ver o problema de uma comunidade, eu tenho que procurar fazer com que esse problema tenha, pelo menos, algum tipo de encaminhamento para uma solução.

Mas, ontem, Ver. Fernando Záchia, aproveitando o espaço que tenho no canal 20, fizemos um programa e convidamos um técnico do DMAE e algumas lideranças de algumas regiões da Cidade. Vejam a surpresa que tivemos ontem: primeiro, na região da Lomba do Pinheiro, na Parada 16, onde fizemos a coleta de água e teve uma análise da Laborquímica, o DMAE fez uma limpeza, uma lavagem de toda rede. Em outras regiões da Cidade, no Humaitá, as lideranças do Humaitá que compareceram ao programa - e quem viu o programa ontem à noite pôde constatar - disseram que a água no Humaitá está propiciando diarréia nas crianças. Na Restinga colhemos a opinião de muitas pessoas; fomos lá, entrevistamos muitas pessoas na Restinga e as pessoas estão alarmadas, porque o problema do gosto e do cheiro fazem com que as pessoas continuem não tomando água.

Uma das questões trazidas é a seguinte: na Restinga as pessoas são extremamente pobres, e, mesmo com o mau cheiro da água e com o gosto ruim, elas são obrigadas a tomar água, porque não têm como substituir. Em outras regiões da Cidade, como é o caso do Menino Deus, as pessoas começaram a comprar água mineral, aquelas que têm um pouco de posse. Em regiões mais pobres isso se torna impossível.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, é profundamente grave o fato de o DMAE não ter contestado as análises aqui trazidas por V. Ex.ª. Eu não posso entender, eu não posso admitir - eu que fui Diretor do DMAE por duas vezes - que essa questão não tenha sido contestada, o que leva crer que, talvez, sejam verdade, na plenitude, as reclamações que foram feitas. Não se entende!

 

O SR. LUIZ BRAZ: Na Lomba do Pinheiro, nós mandamos fazer duas análises pela Laborquímica. Uma das análises, Ver. João Antonio Dib, deu água potável em uma das casas. Na outra análise, a que nós trouxemos aqui na tribuna, deu que a água não é potável e a colimetria deu positiva.

Foi feita, os moradores são testemunhas, uma lavagem de toda rede naquele ponto, o que é bom e altamente positivo. Mas o que não é altamente positivo é a explicação do DMAE para esse gosto e mau cheiro da água, no sentido de que é por causa das algas. Não está convencendo a população, porque, afinal de contas, quem agüenta tomar uma água com mau cheiro e com gosto ruim, Ver. Elói Guimarães?

Eu acredito que não bastam essas explicações, e, aí, eu ouço que com o carvão ativado lançado na água nós conseguiríamos retirar esse mau cheiro e esse gosto ruim. E uma das perguntas que precisa ser respondida pelo DMAE, Ver. João Antonio Dib, é por que esse carvão ativado não foi lançado até agora na água para que a população da Zona Sul da Cidade receba uma água de melhor qualidade? Essa, eu penso, é uma explicação que o DMAE tem de dar para a população de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pela TV Câmara, eu quero dar, de imediato, um aparte ao Ver. Estilac Xavier, que está com os dados do DMAE sobre o assunto que foi tratado anteriormente na tribuna.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcelo Danéris, Líder da minha Bancada, o Ver. Luiz Braz fez um pronunciamento, dias atrás, trazendo do Laborquímica um ensaio que dava condições de não-potabilidade para uma residência na Rua Canavi Boeira da Silva, n.º 10. Causou espécie, eu disse que ele não tinha fé pública - e volto a afirmar isso - para fazê-lo. Pedi, inclusive, por Requerimento à Mesa, direito de resposta, depois, no seu tempo de Líder. Já tenho resposta sobre o assunto. Levamos a questão, Ver. João Dib, ao DMAE, e o Departamento Municipal de Águas e Esgotos - a Divisão de Tratamento -, no seu laboratório, mandou fazer uma análise. Tentou achar o endereço da Rua Canavi Boeira da Silva, n.º 10. Não existe essa rua; existe alguma coisa próxima, que se chama Rua Tanaui da Silva Boeira. De comum, tem o Boeira e o Silva, mas não é a mesma rua. Assim mesmo, foi feita a análise, entre os números 32 e 44, como manda a técnica. Lá a água está potável e de uso e consumo normal para a população. Portanto, quanto à sua preocupação, Ver. João Dib, que disse que o DMAE não tinha dado resposta, eu tenho aqui os dois laudos e lhe dou a informação e a cópia. Muito obrigado, Ver. Marcelo Danéris, Líder do meu Partido.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Eu é que agradeço, Ver. Estilac Xavier, meu companheiro de Bancada.

Quero tratar de um outro tema agora. Deixarei o debate, Ver. Luiz Braz, se me permitir, já que foi metade do meu tempo para os dois Vereadores que estão tratando do assunto. Quero tratar de um assunto importante para Porto Alegre, que é a possibilidade, Ver. Sebastião Melo, da abertura do comércio aos domingos.

Este Vereador entrou com um Requerimento junto à Mesa – espero a Mesa se pronunciar hoje – para que a Procuradoria da Casa tome a medida judicial cabível para o cumprimento da Lei Municipal.

Primeiro, é um desrespeito profundo à Porto Alegre, em especial, à Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Há mais de dez anos, nós tratamos deste assunto da abertura do comércio aos domingos. Independente das posições de mérito, a Câmara de Vereadores tem aprovada uma Lei, que é a de n.º 7.109/92, que regula a abertura do comércio aos domingos.

Pois, agora, de forma desrespeitosa para com Porto Alegre, para com os trabalhadores do comércio e para com esta Câmara, o SINDILOJAS e o CDL orientam a abertura, Ver. Aldacir Oliboni, apesar da Lei, baseados em um precedente administrativo do Ministério do Trabalho, o n.º 45. O precedente diz que “os Municípios regulam a abertura do comércio aos domingos”.

Nós achamos, primeiro, que isso é um desrespeito profundo para com esses trabalhadores e essas trabalhadoras, que têm direito ao lazer. Mas, pior do que isto é que o Presidente do SINDILOJAS ainda disse que não precisa pagar prêmio para o funcionário trabalhar no domingo, e vai negociar, individualmente, as folgas e a escala de serviço. Ora, um trabalhador que recebe um salário mínimo, ao sentar com o seu patrão, que poder de negociação vai ter? Isso na verdade é um retrocesso brutal das relações de trabalho. Isso foi anunciado, de forma desrespeitosa e até debochada, Ver. João Antonio Dib, um dia antes do 1.º de Maio. Nós entramos com esse requerimento junto à Mesa da Câmara, para que a Procuradoria tome as medidas judiciais cabíveis sobre esse assunto, para que responsabilize quem está orientando diferente da Lei Municipal. A Lei Municipal está em vigor, a Procuradoria da Prefeitura já disse que ela está em vigor. A Secretaria de Indústria e Comércio está comprometida a fiscalizar, neste domingo, todo o lojista que abrir sem prévio acordo entre o Sindicato dos Comerciários e o Sindicato Patronal, o Sindicato dos Lojistas. Nós precisamos fazer respeitar essa Lei, que dá o direito básico aos trabalhadores de ter lazer.

Nós esperamos que a Mesa, hoje, responda a esse Requerimento, e que a Procuradoria, de imediato, tome as medidas cabíveis, porque isso é muito importante e porque estamos jogando contra o tempo, pois, neste domingo mesmo, já está prevista a abertura de lojas. Conclamamos todos os trabalhadores comerciários a que não trabalhem no domingo e que respeitem a Lei, e a população de Porto Alegre a que não utilize, neste domingo, o serviço das lojas e dos shoppings que abrirem, para que se cumpra a Lei. A população de Porto Alegre fará cumprir a Lei votada nesta Câmara após um longo debate feito ao longo de anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, o assunto que me traz a esta tribuna, hoje, é uma assunto visto de uma forma bastante discriminatória e preconceituosa pela nossa sociedade, que é a questão do homossexualismo. Tendo em vista a publicação e a divulgação de uma pesquisa realizada pelo antropólogo da Universidade Federal da Bahia, Presidente do Grupo Gay da Bahia, o Professor Luiz Mott, denominada “Causa Mortis à Homofobia - Relação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil 2000.” É uma pesquisa importante realizada no País, sobre a qual, por sinal, a imprensa gaúcha não teve a menor motivação, o menor interesse, à qual não deu o menor destaque. Nós, pelo compromisso que temos com o nosso mandato, com o nosso trabalho na defesa dos direitos humanos, não poderíamos deixar de nos manifestar a respeito desse importante trabalho. O relatório aponta que, na década de 80, matava-se, em média, um homossexual por semana, no Brasil; na década de 90, esse dado subiu para dois casos por semana; agora, no início do terceiro milênio, de uma nova cultura, de uma nova abertura, de um novo jeito de se tratar e de se ter relações no País e no mundo, nós temos uma média maior: um homossexual é assassinado a cada dois dias no Brasil. E os crimes são cometidos com crueldade, motivados pelo machismo e pela homofobia.

O que é homofobia? É o ódio patológico aos homossexuais. A Organização Mundial de Saúde, bem como os Conselhos Nacionais de Psicologia e Medicina já reconhecem que a homossexualidade não é uma doença, podendo ser tratada como uma patologia ou um distúrbio do sujeito, que tem o direito de escolher com quem e de que forma quer exercer e manifestar a sua sexualidade e satisfazer os seus desejos.

Só no ano de 2000, o relatório registrou cento e trinta assassinatos de gays, travestis e lésbicas, e duzentos e sessenta e um casos de discriminação anti-homossexual. São números que revelam uma situação de extrema violência e intolerância contra mais de 10% da população brasileira, constituída por homossexuais, número que, com certeza, está muito aquém da realidade, já que, conforme alerta o Professor Luiz Mott, há uma vergonhosa falta de estatística sobre o assunto. Estatísticas oficiais nós não temos, Ver. Ervino Besson, porque esses dados, muitas vezes, não são registrados. Os homossexuais deixam de fazer as denúncias por vergonha, porque há discriminação e preconceito por parte das nossas delegacias. Uma idéia disso é que em todo o Relatório, no Rio Grande do Sul, são descritos apenas três casos de violência contra homossexuais.

Nós, aqui em Porto Alegre, já temos, nesta Câmara, o art. 150 da Lei Orgânica, que prevê penalidades para os estabelecimentos que discriminam homossexuais; temos a Coordenadoria Municipal dos Direitos Humanos, que tem a Assessoria de Políticas Públicas pela Livre Orientação Sexual, que pode receber também denúncias de violência e discriminação. Mas muito mais do que isso, eu quero deixar aqui cópia do Relatório para a Presidente da Comissão dos Direitos Humanos e para o Presidente desta Casa, para que a Comissão dos Direitos Humanos também se manifeste e faça a devida defesa dessa área.

Quero registrar um pensamento que acho muito importante para nós, como legisladores, refletirmos. Diz o seguinte: (Lê.) “Pior do que a discriminação em si é ser discriminado por aqueles dos quais esperávamos justiça.” Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em muitos momentos nesta Casa, tem-se dito que, quando não estamos aprovando leis, parece que não acontece nada. Pois acho que momentos como este, de reflexão, de aprofundamento sobre diversos temas, como o que foi aqui trazido pela Ver.ª Maria Celeste, demonstram o quanto esta Casa, principalmente algumas pessoas, Vereadores e Vereadoras, levam a sério e também preocupam-se em discutir as problemáticas que vivenciamos e que nos custam tão caro. Acredito que, muitas vezes, esses momentos são mais enriquecedores, essa troca de informações e aprofundamento de conceitos e olhar que nós temos para a sociedade, ele se torna muito importante. Falando nisso, um dos temas sobre o qual temos que começar a tocar e ter esse olhar é a questão de algumas inversões que nós sentimos. Aqui em Porto Alegre é algo que tem acontecido com muita insistência, principalmente, por parte dos formadores de opinião, principalmente a questão dos meios de comunicações, a forma como tratam o conjunto da nossa Cidade. Existem lugares que são colocados à parte como se não fizessem parte da urbanidade; como se fossem excluídos e que não tivesse vida em determinados locais.

Talvez isso esteja muito ligado à questão dessa inversão. Isso significa o quê? Nós temos um conceito sobre a questão da pobreza, eu não trato as pessoas como pobres, para mim as pessoas foram empobrecidas, e aí nós começamos a discernir melhor sobre “esse olhar”. O que significa esse “olhar”? Quando nós olhamos para a periferia, aqui nós temos visto muito isso - e eu quero exemplificar com a região onde eu moro, já há vinte e três anos, a Lomba do Pinheiro.

Há dez anos, dia 22 de março de 1992 foi assinada pelo então Governado Collares a lei que anexou aquelas vilas, aquelas comunidades à Porto Alegre. Naquele momento, sempre digo que a Lomba do Pinheiro foi desnudada, porque nós iniciamos um processo, dentro do Orçamento Participativo, de organização daquelas comunidades, que quem conhecia a Lomba do Pinheiro, hoje, não conhece mais. Não é apenas na Lomba do Pinheiro, vemos nas folhas policiais, a Vila Cruzeiro do Sul, a Zona Norte, e todas as regiões de periferia, que só surgem com problemas como o que foi trazido aqui da água.

É fácil explicar. Para vocês terem uma idéia, na Lomba do Pinheiro a Barragem da Lomba do Sabão é o único manancial de água potável da nossa Cidade; se acontecer um acidente no lago Guaíba, por exemplo, um derramamento de óleo - tomara que não aconteça –, eu estou dizendo isso que talvez aos olhos das pessoas elas comecem também a ver o tipo de trabalho desenvolvido e não se coloque aqui como um pressuposto para a marginalidade, porque a marginalidade é um tema fundamental para nós aprofundarmos. Eu coloquei esses exemplos aqui da Lomba, porque nós temos visto muito conceito do urbano como se fosse um status quo, da classe média-alta, ou aqueles lugares que já adquiriram os instrumentos necessários, como se ali tivesse a civilização. Pois saibam, Sr.ªs e Srs., que a comunidade da Lomba do Pinheiro, priorizou no Orçamento Participativo o emissário ao longo do Arroio Taquara, que era o maior poluente daquela Região, para que a água chegasse potável dentro da Barragem da Lomba do Sabão e que chegasse ao lago Guaíba com a qualidade de vida necessária. O que ocorre, hoje, é que devido ainda  ao esgoto que chega na barragem, ainda muito esgoto in natura, surgem algas, mas aquela comunidade faz o acompanhamento mensal junto com os técnicos do DMAE para que aquela água tenha todos os agentes químicos necessários para que ela continue com qualidade de vida.

E para esclarecer e terminar esta intervenção, Sr. Presidente, com a tolerância de V. Ex.ª, quero dizer que o gosto que tem naquela água é devido a essa alga, mas que ela tranqüilamente pode ser tomada, com tranqüilidade, porque é uma água de qualidade. Por quê? Não foi por causa da denúncia, porque a denúncia chega aqui sempre com o viés da marginalidade, não chega absolutamente nenhum conceito da organização de uma população.

E para terminar, Sr. Presidente, olha só, eu almocei neste feriado aqui na Bela Vista, na cobertura de um amigo meu, e ali estava o seu genro, um carioca, que dizia o seguinte: “Ai, Maristela você mora na Lomba do Pinheiro, que horror!” E eu disse assim: Pois é, eu moro em Porto Alegre na Lomba do Pinheiro, que é um local maravilhoso. Agora, você, pelo que eu saiba, teve que sair do Rio de Janeiro e vir para cá. Seja bem-vindo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’ AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o assunto que domina a mídia e palpita na Cidade hoje é a questão da abertura do comércio aos domingos. Existe uma Convenção registrada na Delegacia Regional do Trabalho entre empregados e empregadores - ponto um. Ponto dois: existe uma Lei, se não me equivoco n.º 7.109, desta Casa, desde 93, que, inteligentemente, atribuiu à negociação dos sindicatos dos comerciantes e dos comerciários a dirimência dessa situação. E isso vinha sendo, inteligente e sensatamente, obedecido, ano a ano; tanto que no ano passado foram doze domingos anteriores a datas como essa do dia 12 próximo, Dia das Mães, principalmente em dezembro, quando a população poderia, então, um domingo antes das datas, fazer as suas compras, nos termos da Lei desta Casa, lei municipal, e nos termos do consentimento de ambas as partes.

O que está acontecendo agora? Está acontecendo que o Sindicato dos Comerciantes não está cumprindo, deixou, no fim do ano, abandonou as negociações, não fez negociação para este ano, tanto é que a questão da data está em aberto. E mais: baseada numa norma que, pela hierarquia das leis, não suplanta lei nenhuma, porque lei é votada pelos parlamentos, e existe uma lei municipal em plena vigência nesta Cidade, não é uma cidade do faroeste de John Wayne, abandonada, onde quem dá mais tiro ganha, é uma cidade civilizada e que tem leis, e essas leis devem ser obedecidas. Portanto, está em plena vigência a lei.

As alegações que eu ouvi num debate na TVCOM são inconsistentes do ponto de vista jurídico, porque a Constituição de 88 trouxe inúmeros avanços aos Municípios, inclusive do ponto de vista de verbas; ampliou o poder dos Municípios, tanto que muito do êxito da administração municipal se insere exatamente a partir da Constituição de 88, porque, com dinheiro, qualquer um administra. O próprio sistema da saúde foi municipalizado. E a segurança pública será, se Deus quiser, municipalizada no futuro. Agora, o que interessa é que os Municípios ficaram com muitas atribuições. Então, o comércio ficou, rigorosamente, “excepcionado” pela Constituição Federal, dando autonomia aos Municípios à consecução em cima dessa autonomia para regular as relações de trabalho entre os comerciantes e comerciários. E dentro dessa economia esta Câmara legislou, e a lei existe, é a Lei de n.º 7109. De modo que surpreende que o Sindicato dos Comerciantes não esteja obedecendo a lei, assustando a população, dizendo que vai abrir o comércio domingo, desrespeitando esta Casa.

O ponto fragilizado que observamos nas discussões, no debate sobre essa questão, foi a amostragem para a população da circular que o Sr. Marconato enviou aos comerciantes, dizendo que o comerciante pode abrir, desde que arroste, assuma, inteiramente, a responsabilidade de quaisquer circunstâncias de multa ou de sanção da municipalidade. O que faltava ontem e que estava assustando a todos era a tibieza do Sr. Cézar Alvarez, Secretário Municipal da Indústria e Comércio, que dizia que apenas iria cumprir formalidades, verificar e tal. Mas graças a Deus mudaram as coisas na Prefeitura. Eu ouvi o Secretário da SMIC e o parabenizo, porque ele vai cumprir com o seu dever. É que, quem abrir o comércio, não só a Delegacia Regional do Trabalho tem que multar, tem que obedecer a intransigência, através da abertura, e a municipalidade multar num, primeiro momento, por cada empregado. A lei diz que só pode abrir quem estiver, rigorosamente, só com os seus familiares. Se estiver o estabelecimento comercial funcionando com um empregado, esse estabelecimento será, rigorosamente, pesadamente, multado.

A não ser que novos fatos se sobreponham – com o posicionamento desta Casa –, nada mudou. Podemos fazer um acordo – eu sugiro que seja feito –, repetindo o ano passado, para que doze ou mais domingos sejam acordados entre as partes para que a população possa, domingos anteriores a grandes datas, como é o Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças, fazer as suas compras. Agora, na marra, no terrorismo, não! Esta terra ainda tem lei e será cumprida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, em Comunicações, pelo tempo que lhe cede o Ver. Paulo Brum.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, em exercício, Ver. Paulo Brum, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores. Eu quero navegar no mesmo diapasão aqui já defendido pelo Líder da Bancada continuísta e pelo Ver. Nereu D’Avila. Penso que leis têm de ser cumpridas. O estado democrático de direito que nós, a sociedade brasileira, com muita luta conquistou, tem alguns princípios basilares, sendo que um deles é o império da lei. Se uma lei é boa ou se não é boa, essa é uma questão que tem de ser discutida nos seus fóruns competentes; ou seja: se o Legislativo, seja nas mais diversas esferas: Federal, estaduais e municipais, aprova uma lei, e o Executivo entende que essa lei é inconstitucional, ele veta a lei, vem ao Parlamento que mantém ou derruba o veto, e, em derrubando o veto, o Prefeito, entendendo que essa lei não serve à sua municipalidade, ele tem a faculdade de buscar nos fóruns competentes, por intermédio da Ação Direta de Inconstitucionalidade, desfazê-la. Eu falo isso, porque quando vejo o Líder do Governo aqui falar com muita veemência, eu quero dizer que a Lei referente à abertura do comércio tem de ser cumprida, porque é uma Lei Municipal votada por esta Casa e, efetivamente, Presidente, ela tem de ser cumprida, e os fiscais da SMIC devem estar nas ruas para fazer cumprir a Lei; mas não adianta aqui o Líder do Governo fazer um discurso de cumprir a Lei do comércio e negar o cumprimento da Lei das passagens de ônibus. Se o seu Governo pensa que a Lei da passagem de ônibus, que dá direito aos desempregados desta Cidade, por três meses após a perda dos seus empregos, de passagem gratuita para que possam lutar para conseguir o seu emprego, se o Governo entende que essa Lei não está correta, o Governo então tem de ir à Justiça.

Eu quero dizer mais uma vez, Ver. Elói Guimarães, que eu representei a Presidência da Mesa, fundamentei e historiei. O Decreto Federal n.º 201 é de uma clareza meridiana, no qual consta o seguinte: (Lê.) “São crimes de responsabilidade dos Prefeitos municipais”, entre tantos crimes, “negar a execução de lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem judicial sem dar motivo de recusa ou a impossibilidade, por escrito, à autoridade competente.” Diz mais a Lei, o Decreto 201: “São infrações político-administrativas dos Prefeitos, sujeitas ao julgamento da Câmara de Vereadores, sancionado com cassação de mandato.” Diz mais: “Praticar contra expressa disposição de lei ato de sua competência ou omitir-se na sua prática.” Então, a Câmara de Vereadores, através da sua Mesa Diretora, tem de se manifestar.

Há uma petição protocolada há cinco dias, no Protocolo desta Casa, e queremos que a Mesa se pronuncie sobre isso.

Mas, mais do que isso, fizemos aquilo que achamos que temos de fazer em defesa da cidadania. Fomos, na sexta-feira, às 17h, acompanhados de umas cinqüenta, sessenta pessoas, onde? No Ministério Público, na Andrade Neves esquina com a General Câmara, e lá protocolamos um pedido para que o Ministério Público, órgão competente, instaure a devida ação penal contra o Sr. Prefeito Municipal.

Então, quero, mais uma vez, dizer aqui: estimado Líder do Governo, Ver. Marcelo Danéris, que cumpram as leis na sua totalidade. Que cumpram a Lei do comércio, mas que cumpram também a Lei das passagens, porque não é correto esse "discurso quero-quero" de fazer um discurso de um lado e ter uma posição do outro. Nós queremos o cumprimento da lei por inteiro.

Espero que esta Casa, que vem perdendo as suas prerrogativas, que vem, ao longo dessas últimas décadas, sendo caudatária do Poder Executivo, que ela seja firme e que não faça nada mais nada menos do que cumprir aquilo que jurou cumprir, que é cumprir as leis; portanto, que tenha uma posição sobre essa questão.

Para finalizar, eu queria dizer ao meu querido Ver. Estilac Xavier que se informasse um pouco melhor, lá no Judiciário - ele vem nesta tribuna e diz que todos os documentos do Fórum Social estavam à disposição deste Vereador. Agora, Ver. João Antonio Dib, eles pediram, numa petição aqui, trinta dias, e o Juiz mandou eles depositarem todos os demais documentos na Justiça, o que não fizeram. Agora, pediram trinta dias a mais para depositar, mas eles diziam que os documentos estavam todos à disposição. Eu sei que o Ver. Estilac Xavier está estudando, vai ser um bom advogado, e vai-se inteirando desse processo, mas ele precisa estudar um pouco melhor! Ele vem aqui e só quer dizer: “Olha, o Vereador entra com ação.” Nós entramos com essa e vamos entrar com outras, porque, infelizmente, a relação com o Legislativo não tem sido boa. Então, na medida em que sonega informação para o Legislativo, nós vamos buscar a prestação jurisdicional, democrática, legítima de todo o cidadão que tem o direito de buscar informações ao Judiciário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se eu vou utilizar o tempo do Ver. Pedro Américo Leal, o homem que mais entende de segurança neste Plenário, eu entendo, também, que devo falar em segurança, ou melhor, em falta de segurança, porque as nossas instituições responsáveis pelo policiamento, neste Estado, estão muito maltratadas pelo Governo do Estado e, especialmente, pela Secretaria de Segurança - Secretaria de falta de segurança -, que protege muito bem os baderneiros e esquece daqueles para os quais ela tem responsabilidade de dar segurança, que somos todos nós. Eu faço isso lendo uma correspondência que eu tive a honra de receber cópia, que foi encaminhada, do Núcleo de Estudos Estratégico de Segurança Pública, ao Cel. Gerson Nunes Pereira, Comandante-Geral da Brigada Militar do Estado. Dizem os oficiais militares, que assinaram esse documento, o seguinte:

(Lê.) “Os últimos acontecimentos ocorridos em nosso Estado, relativamente à Segurança Pública, tem sido motivo de expressiva publicidade em todos os veículos de comunicação sobre fatos que envolvem nossa corporação, gerando na sociedade rio-grandense sensação de insegurança, com a decorrente preocupação de abandono.

As pesquisas de opinião, periodicamente efetuadas, revelaram elevado índice de credibilidade para a Brigada Militar no início deste Governo, ocasião em que a nossa Força aparece com maior credibilidade, logo após o Judiciário. Tais pesquisas, mostram, sucessivamente, uma queda de confiança que nossa sociedade credita à Brigada Militar.

A auto-estima da corporação está no seu nível mais baixo. A tropa já não confia mais em seu comandante. A cúpula da Brigada Militar, comprometida com a filosofia do Governo atual, acomodada, silencia, beneficiando-se com vantagens pessoais de cargos ou funções.

O Governo, dentro de sua linha ideológica, tem compromisso com as agitações, invasões rurais e urbanas e a Brigada Militar, amordaçada, deixa de cumprir sua missão constitucional.

Durante as agitações, líderes baderneiros destratam os comandantes operacionais, dão-lhes ordens e, no dia seguinte, o comandante-geral, o qual, nessa situação, teria obrigação de defendê-lo, desconhecendo qualquer ingerência da CUT, MST e outras siglas.

Dentro da filosofia militar, líder é o comandante. É ele quem fala e responde pela tropa. Este é o ensinamento que é transmitido na Brigada Militar, de geração a geração.

Hoje vemos, preocupados e entristecidos, que a Brigada Militar não tem líder. Mudou o comandante e a situação permanece a mesma ou, talvez, em grau inferior.

Por ocasião da invasão da barragem da Hidrelétrica Barra Grande, em Pinhal da Serra, o comandante-geral, despojando-se de sua responsabilidade com a sociedade e com a tropa, além do que, infringindo legislação militar, fardado, colocou, como cobertura, o boné do MAB.

Que decepção para a tropa, senhor Comandante, a qual cumpria missão constitucional!

Ao verem seu comandante-geral assim fantasiado, constataram com decepção que ele (comandante) estava do outro lado. Não podia ser maior a traição por quem tinha a obrigação de apoiá-los.

Ao vermos a filmagem da operação, constatamos que o emprego da tropa estava técnica e taticamente correto.

As reportagens publicadas na imprensa e as charges humorísticas são hoje motivos de chacotas em todas as rodas de conversas.

Para a tristeza do Rio Grande, a Brigada, hoje, está de joelhos.

O que se pode esperar de um comandante-geral que se omite na retirada do Colégio Tiradentes do âmbito da Brigada Militar, fato que surpreendeu a todos nós brigadianos, tendo em vista o elevado conceito de ensino ministrado naquela Casa, consideração esta entendida pelos pais, alunos civis e pela própria sociedade em geral.

Pela determinação da retirada do Comando-Geral de nosso Quartel General, um dos símbolos de nossa instituição, inclusive com seu voto favorável a tal medida.

Sugerimos que, num ato de dignidade, o Comandante-Geral tenha altivez de solicitar sua transferência para a reserva.

A história brigadiana tem julgado seus comandantes!

Uma democracia só se mantém com instituições fortes!”

Vou encerrar, dizendo que este documento tem a assinatura de dez coronéis da reserva, sendo um deles o Coronel Nilso Arvaz, ex-Comandante da Brigada Militar, e o ex-Vereador, Presidente desta Casa e que, interinamente, exerceu a Prefeitura de Porto Alegre, Coronel Adão Eliseu de Carvalho. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos as Emendas de Líder n.º 02, 03 e 04 ao PLL n.º 057/00, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos, Sr.ªs e Srs. Vereadores, demais presentes e aos que nos acompanham através da TV Câmara, uso da palavra, neste período de Comunicações, para denunciar a irresponsabilidade do SINDILOJAS ao incitar os empresários do comércio de Porto Alegre à desobediência civil, à baderna, e ao desrespeito à Lei. Com esse comportamento, o Sr. Alceu Marconato demonstra estar despreparado para a responsabilidade que ocupa, além de se sujeitar às penas do Código Civil e de expor os senhores lojistas, que cederem à sua incitação, a multas, que podem variar de 3 a 30 mil reais, além da pena de suspensão ou cassação do seu alvará de funcionamento.

Qual a alegação para tanta baderna dos senhores comerciantes? De que a Lei municipal não tem validade. Além de uma inverdade, é um desrespeito a esta Casa, que aprovou a Lei n.º 7.109, de 1992. É preciso ter claro que a Constituição Federal, no seu art. 30, estabelece como atribuição dos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, como é o caso do funcionamento do comércio, das indústrias e de outros serviços. Mas não é só isto! A nossa Lei Orgânica Municipal, no art. 9.º, inciso XII, diz claramente que compete ao Município ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horário para atendimento público de estabelecimentos bancários, industriais, comerciais e similares. Então, a Constituição é clara. A Lei Orgânica é mais clara ainda.

A Lei n.º 7.109, aprovada em 1992, mantida no ano passado por esta Casa, por meio de um amplo debate, por vinte e quatro votos a oito, mostrando a vontade da população de Porto Alegre, diz: “Só podem abrir aos domingos mediante negociação.” Livre negociação, que tanto eles falam, que nessa hora eles se negam. Então, essa Lei questionada foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul, por uma reunião do seu Pleno. Então, não há dúvida quanto à legalidade desta Lei. Mas, pergunta-se: Por que, então, o SINDILOJAS não negociou com os comerciários para abertura aos domingos, como sempre foi feito? Todas as vésperas de feriados festivos, abria o comércio, por que não abre neste ano? É preciso dizer aqui: porque o Sr. Marconato, à frente do SINDILOJAS, e as outras entidades de classe, se negaram a pagar 26 reais para os comerciários, se negaram a assinar que pagariam o vale-transporte, se negaram a assinar que pagariam o vale-refeição, se negaram a assinar que dariam as folgas compensatórias. Então, o que eles defendem – eu já disse isso nesta tribuna – não é a liberdade de abrir, porque até podem exercer a liberdade de negociar; o que eles querem é desrespeitar os direitos históricos dos comerciários. Mas, não bastasse tudo isso, Ver. Marcelo Danéris, está aqui o acordo de dissídio, assinado pelo Sr. Marconato, na última página, e o que é que diz o acordo de dissídio? (Lê.) “Cláusula primeira: os estabelecimentos comerciais poderão funcionar das 14 às 20h, nos dias 09, 16 e 23 de dezembro.” Só nesses dias. Então, evidentemente, eles estão descumprindo até o que eles assinaram.

Por isso, conclamamos os comerciários a não aceitarem esse atropelo, e a Prefeitura a multar e fechar estabelecimentos, e os senhores empresários sensatos a não atenderem ao incitamento, à baderna que o Sr. Marconato está tentando levá-los a cometer.

Essa é a posição da Bancada do PC do B. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1241/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/02, que autoriza permuta de próprios municipais e  imóvel  pertencente a Distribuidora de Petróleo Ipiranga S/A.

 

PROC. 1422/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/02, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que institui o Fundo Municipal de Apoio à Economia Popular e Solidária.

 

PROC. 1428/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/02, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que estabelece percentual mínimo de 2% de dispêndio da verba destinada à publicidade nos meios alternativos de imprensa.

 

PROC. 1544/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 069/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Pedro Antônio Xavier Zaluski.

 

PROC. 1551/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui a Década Porto-Alegrense pela Cultura da Paz.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0767/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui no Município de Porto Alegre a obrigatoriedade de responsabilização, por parte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) pelos veículos automotores estacionados na denominada "Área Azul".

 

PROC. 1319/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que autoriza o funcionamento de creches no horário noturno e dá outras providências.

 

PROC. 1455/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/02, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que estabelece normas para o controle da comercialização de produtos alimentícios e de bebidas nos bares das escolas públicas e privadas, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. 1486/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que altera a Lei nº 8.192, de 17 de julho de 1998, que obriga as agências bancárias, no âmbito do Município, a colocar à disposição dos usuários, pessoal suficiente no Setor de Caixas, para que o atendimento seja efetivado em tempo razoável.

 

PROC. 1523/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que denomina Rua Jairo Gondim da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em 2ª Sessão de Pauta Projeto de Lei do Executivo que autoriza permuta de áreas com a Distribuidora de Petróleo Ipiranga S/A, visando ao prolongamento da Rua Dona Margarida até a Av. Sertório. Efetivamente, essa região tem um nó no trânsito, porque a Rua Dona Margarida não segue. Só não entendo bem, porque a Rua Dona Margarida é paralela à Av. Sertório. Não sei se com o projeto elas deixam de ser paralelas e se encontram. Mas, é uma medida importante para a Cidade, que tem várias dificuldades no trânsito, e a conclusão das aberturas de ruas é muito importante.

Estava agora em contato com o presidente do Centro dos Moradores do Bairro Rio Branco, e, há quatro anos estou pedindo a ligação da Rua Coronel Bordini com a Rua Vicente da Fontoura. Eu sei que a Prefeitura tem alguns planos, mas são lentos, demorados e atrasados.

Outro assunto, é a ligação da Rua Cabral com a Rua Vicente da Fontoura. Mais ou menos na mesma região, elas se interligam. É importante para o trânsito. São obras inacabadas que estão aí e a Prefeitura não desenvolve, não acelera esses projetos que irão desafogar o trânsito em Porto Alegre.

Portanto, este que está na Pauta, a continuação da Rua Dona Margarida até a Av. Sertório é de fundamental importância para a circulação viária da Cidade.

Outro Projeto, da Ver.ª Helena Bonumá, que institui o Fundo Municipal de Apoio à Economia Popular e Solidária. Eu estive examinando-o e achei meritória a idéia. Ele constitui um fundo que irá financiar ou prestar aval, ou seja, é um fundo de aval para, no meu entendimento, as micro e pequenas empresas de Porto Alegre. Ela não diz que é para as micro e pequenas empresas, mas para a economia solidária e popular. Eu não entendo bem o que define isso, porque é muito amplo. Por exemplo, se eu tenho uma fábrica de um produto popular, é uma economia popular. Mas eu entendo que deve ser, já que a prestação é de financiamento ou de aval, para uma entidade formal, para uma entidade legalizada. Agora eu pergunto: por que, então, se nós já temos, em Porto Alegre, o Portosol, não fortalecer o Portosol? Por que criar uma outra entidade, se o Portosol pode exatamente prestar esse serviço aos pequenos empreendedores que visam fortalecer a economia do nosso Município?

Outro Projeto, também da Ver.ª Helena Bonumá: “Estabelece um percentual mínimo de publicidade para os meios alternativos.” O Município gasta demais em publicidade, parece que quer mais verbas para a publicidade. Porto Alegre já não agüenta mais o massacre de publicidade.

No Estado, tivemos a notícia, esta semana, de que o Governo do Estado gastou 48 milhões em segurança, em educação, em transporte e em habitação. E em propaganda, 65 milhões. Pasmem, senhoras e senhores, 48 milhões em investimentos na área social e 65 milhões em propaganda! É um abuso com o qual a sociedade não pode conviver! E agora vem, novamente, querendo mais publicidade! É uma pena que invista dinheiro em publicidade e não na área social. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, pasmem, o Ver. João Carlos Nedel, aqui, fala do alto valor em propaganda! E vejam vocês que a RBS e outras instituições andam indignadas com o Governo do Estado, porque diminuiu muito o que gastava em propaganda. E, para nós, fazer publicidade significa respeitar profundamente o cidadão que, do jeito que nós fazemos, é para ele saber o que é que ele conquistou, porque ele está chamado para decidir e deliberar sobre o Orçamento, inclusive, sobre o orçamento de publicidade.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Minha nobre colega, Ver.ª Sofia Cavedon, há um Projeto da Ver.ª Helena Bonumá que fala de recursos destinados aos jornais alternativos. O Ver. João Carlos Nedel aproveitou para fazer considerações sobre publicidade. Eu gostaria de, no leito do pronunciamento da minha querida colega, dizer e expor aqui a curva dos gastos em publicidade. Aqui, veja, a curva dos gastos de publicidade do Governo Britto, do Ver. João Carlos Nedel: 133 milhões e, para o Governo Olívio, 59 milhões, um decréscimo de 123%. (Mostra o gráfico.)

Eu acho que o Vereador poderia repensar o seu pronunciamento a respeito de gasto em publicidade. Agradeço o aparte, colega.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Estilac, acho que V. Ex.ª tornou a questão mais clara. Realmente, os números não podem ser “absolutizados”, temos sempre que comparar para darmos o verdadeiro valor às afirmações que fazemos.

Mas eu queria comentar aqui um Projeto, de minha autoria, que começa a tramitar na Casa e que vem, em primeiro lugar, reconhecer uma discussão, um esforço que faz há alguns anos o Ver. Adeli Sell em relação à merenda escolar. O Ver. Adeli Sell vem trabalhando no sentido do controle do açúcar na merenda, e tem um Projeto em tramitação na Casa, que nós vamos nos empenhar em aprovar, preocupado com a questão da dentição, preocupado com a questão da alimentação saudável das crianças. Nós, como vimos em um debate da educação e em um processo de educação em que passamos a considerar, discutimos com as escolas que todo o espaço da escola, toda a vivência da criança na escola é parte do currículo. É um absurdo pensar que a educação se dá apenas na relação professor e aluno na sala de aula, e que muitas vezes o que fazíamos na sala de aula, tentávamos fazer, era destruído logo ali, depois, na porta, na relação que tinha o guarda com o aluno, na relação que tinha o professor que cuidava do pátio, autoritariamente, no formar fila, tornar os alunos passivos, ou lá na relação da cozinheira, auxiliar de cozinha, com o aluno, e que mesmo na relação com a alimentação não havia nenhum caráter pedagógico, um caráter inclusive “deseducativo”.

Tínhamos, na escola, uma visão que era a visão de educação que nós educávamos a mente bem separada do resto, do afetivo, do corpo, segmentávamos o aluno, assim como segmentávamos os conteúdos, as disciplinas. Rompemos com isso. Todo espaço, toda a experiência na escola é um espaço de crescimento, de educação, o aluno é um ser integral. E nós constituímos, na rede municipal, toda uma caminhada, onde os alunos, hoje, desde a educação especial, desde a educação infantil, das crianças pequenas até os adultos, servem-se em bufês, onde eles tem a possibilidade de construir o seu prato, a sua alimentação, tem a aproximação com diferentes alimentos, a alimentação é balanceada, há legumes, há carnes, há massas, arroz. Nós construímos o espaço da refeição, um espaço que tem a ver com a escola, em que o professor vai lá e experimenta a relação com alimentos, faz experiência. Só que enxergamos, hoje, na maioria das escolas particulares que têm bar, e algumas públicas que também têm bar, uma completa despreocupação ou desvinculação do processo pedagógico com aquele bar existente na escola. O bar vende o que quiser, vende alimentos que não contribuem com o desenvolvimento da criança. A escola não tem nenhum olhar pedagógico, nenhuma preocupação de integrar aquele bar no conjunto da sua proposta pedagógica. Como isso ainda não existe, estamos propondo um Projeto que vem complementar o Projeto do Ver. Adeli Sell, que estabelece critérios de uma alimentação saudável, uma alimentação que não cause dependência, balanceada, para a concessão dos alvarás da SMISS, os da vigilância sanitária, e os alvarás de localização da SMIC. Então, para o ente público conceder alvarás, permitir que bares comercializem alimentos na escola, vamos controlar se eles estão observando os preceitos do ECA, da Constituição em relação também à alimentação.

Acho que essa é uma colaboração que a Câmara de Vereadores pode dar, inclusive para fazer as escolas refletirem sobre a comercialização de alimentos e realmente passarem a fazê-la como também um momento de educação na escola. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Paulo Brum, na Presidência dos trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, vou retomar o Projeto que está em Pauta, hoje, sobre a destinação de 2% do orçamento de publicidade para os chamados órgãos independentes. Por falar em publicidade, gostaria que todos atentassem para uma informação. O Ministério da Saúde tinha, na sua redação, nada mais, nada menos, do que sessenta e sete jornalistas. O Ministro Serra tinha, no seu Ministério, sessenta e sete jornalistas, que multiplicados pelo salário do Ministério, de Brasília, por um ano, e multiplicando-se isso pelos últimos quatro anos do Governo do Ministro Serra, vejam quantos milhões dá isso. O Ver. João Antonio Dib, que é bom de conta de cabeça, sabe que isso dá, mais ou menos, cento e sessenta. É um absurdo vir aqui discutir a publicidade da Prefeitura de Porto Alegre, e ainda mais quando a Vereadora democratiza e propõe que 2% sejam para os órgãos independentes, inclusive, como os americanos chamam de “house organs.” É o fim da picada, como se diz aqui no Rio Grande do Sul, um debate colocado nesses termos! É impossível discutir política assim nesses termos. Os números são jogados ao léu, ao vento, e, quando aqui se traz uma informação verídica, comprovada e comprovável, todos se calam. Esta Câmara de Vereadores tem de mudar a sua postura em relação aos debates sobre o Orçamento. Aqui não se discute Orçamento; aqui se fazem “emendinhas”. Não se discute como arrecadar e o que gastar, e aí se jogam ao léu 2% do Orçamento.

Mas que bom que a Vereadora tenha levantado essa questão da destinação para órgãos independentes! Não fosse a imprensa nanica neste País, o que seria de nós, brasileiros, no final do século passado? Porto Alegre tem a maior rede de jornais comunitários, jornais que existem há mais de dez anos. Inclusive, vou ousar, vou propor que se faça aqui um debate em qualquer Comissão, porque tem ligação com todas elas, vou propor na minha que se discuta Orçamento, que se traga aqui os jornais de bairros de Porto Alegre para fazer uma discussão sobre o Orçamento de publicidade, para saber se ganham muito ou ganham pouco. Na minha opinião, deveriam ganhar muito mais, porque é no jornalzinho de bairro, onde o povo se vê, onde tem uma anotação da Prefeitura. E nós mudamos a publicidade da Prefeitura nesse particular. Por exemplo, há alguns anos, nós colocávamos o rol de reuniões do OP em todos os jornais de forma semelhante. Mudamos, porque não interessa publicar lá na zona Leste a reunião da zona Norte. Publica-se a reunião que haverá na sua comunidade, na sua igreja. Nós temos divulgado os números da Prefeitura; 156, assuntos gerais; 158, do transporte e do trânsito; 195, do DMAE. Isso é utilidade pública, é dinheiro bem gasto, onde dezenas, centenas de pessoas vão ler aquele jornal comunitário, não como na grande mídia, que chega para os mesmos formadores de opinião, os que formam opinião lêem três, quatro jornais; então é uma publicidade cara, muito cara. É por isso que temos que fazer publicidade barata em todos os órgãos, inclusive, e particularmente, e principalmente, nos jornais comunitários. Por isso advogo esta posição e desafio à contestação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu desejaria iniciar o meu pronunciamento falando em Montesquieu, mas vejo que o Ver. Luiz Braz está querendo um aparte, e eu o concedo.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É que o Ver. Adeli Sell mostra que ele não tem muito conhecimento a respeito de publicidade. Uma empresa comercial, em Porto Alegre, que precisa vender produtos, gasta em torno de 500 mil reais anuais, mais ou menos. Uma boa empresa comercial em Porto Alegre. A Prefeitura de Porto Alegre gasta 10 milhões, gasta vinte vezes mais, e não precisa vender produto nenhum. Realmente é um desperdício de dinheiro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É modesto o aparte do Ver. Luiz Braz, é um pouquinho mais do que 10 milhões. Mas eu vou falar que as leis inúteis abolem as necessárias, dizia Montesquieu, assim como o Marquês de Maricá dizia que as leis se complicam quando se multiplicam, e nós temos a multiplicação das leis. Jesus Cristo fez a multiplicação dos pães e dos peixes.

Eu vou começar com o nobre Ver. Paulo Brum, que preside a Sessão, neste momento. Antes disso, eu penso até que devo propor que a competente Procuradoria da Casa seja aposentada proporcionalmente, porque não vale a pena fazer os trabalhos, os estudos que faz para definir posições jurídicas, quando nós não as aceitamos.

O Ver. Paulo Brum institui no Município de Porto Alegre obrigatoriedade de responsabilização por parte da Empresa Pública de Transportes e Circulação pelos veículos automotores estacionados na denominada Área Azul. O Ver. Paulo Brum não está sozinho, outros Vereadores defenderam aqui o seu ponto de vista.

A Procuradoria da Câmara, em Parecer muito bem exarado, diz que: “Contudo, por força do disposto na Constituição Federal, art. 22, inciso I, é de competência privativa da União legislar sobre Direito Civil.” Então, o Vereador está legislando sobre Direito Civil, e os meus demais pares advogados aqui, como é o Ver. Paulo Brum, parece que concordaram com ele. E aí o Ver. Paulo Brum faz uma justificativa para a Auditora-Geral - eu sei que ele quis colocar Procuradora-Geral da Câmara -, onde ele traz como exemplo a Lei n.º 8457, que foi aprovada com sanção do Prefeito sem nenhum problema. Só que esta determina a numeração das paradas de ônibus e do sistema municipal de transporte coletivo e urbano. Então, não vejo onde está a vinculação, e não vejo motivo para estarmos pagando a Procuradoria, se nós podemos dispensá-los, porque não são ouvidos. A mesma coisa: deve ser desconstituída a Comissão de Justiça, porque também não é ouvida.

Vamos continuar com as leis desnecessárias que não resolvem nada, mas que complicam as boas leis.

A Ver.ª Sofia Cavedon pretende uma lei que “estabelece normas para o controle da comercialização de produtos alimentares e de bebidas nos bares das escolas públicas e privadas no Município de Porto Alegre e dá outras providências.”

A Procuradoria da Casa diz aqui: “... ressalvar, contudo, que os conteúdos normativos dos artigos 3.º e 4.º do Projeto de Lei, por implicar atribuição de obrigações do Poder Executivo, vênia concedida, atraem malferimento ao princípio constitucional da independência de Poderes.” E é da Bancada do Governo. “As restrições à comercialização de produtos inseridas no Projeto de Lei em exame (em especial as contidas nos incisos IV e V do § 2.º do art. 4.º), para que se ajustem a legítimo exercício de poder de polícia por parte da Administração e não impliquem afronta a preceitos e princípios constitucionais da livre iniciativa, do livre exercício da atividade econômica, art. 170, da Constituição, devem decorrer de estar esteadas em fundados critérios técnicos.”

Portanto, eu gostaria de continuar, mas não vai dar, vejo que o relógio já foi acionado, mas as leis se complicam quando se multiplicam, dizia o Marquês de Maricá, e eu gostaria que os Vereadores tivessem sempre presente: nós não precisamos de tantas leis; vamos cumprir as que aí existem. Chega de leis. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está em último dia de Pauta o Projeto de nossa autoria que altera proposta que foi consagrada por esta Casa e por esta Cidade, que estabelece o tempo máximo de atendimento bancário. Quando estava em 1.ª Sessão de Pauta, já me manifestei rapidamente sobre essa nossa iniciativa e, agora, gostaria de aprofundar um pouco as questões que estamos alterando na Lei da Fila. Como dissemos anteriormente, a Lei da Fila se fez imperiosa, se fez necessária, tendo em vista a sanha dos banqueiros em cada vez auferirem mais lucros, utilizando-se da dispensa de trabalhadores bancários. Em Porto Alegre, no início do Plano Real, tínhamos em torno de vinte e quatro mil e atualmente temos apenas não mais do que treze mil trabalhadores bancários.

De outra parte, também quero salientar que, além da perda dos postos de trabalho, quem mais se prejudica com o péssimo atendimento bancário é a população, e principalmente a população de baixa renda, que não dispõe de atendimento especial. Como a Lei foi constituída de forma absolutamente singular, inicialmente, aqui em Porto Alegre, nós não tínhamos parâmetros em outras legislações e, apesar de que ela tenha no início atingido em parte os fins colimados, com o tempo, quando a imprensa a esqueceu um pouco, quando o debate sobre ela diminuiu, os banqueiros, como sempre, querendo aumentar seus lucros - apesar de ser o setor econômico que mais tem-se beneficiado com o Plano Real - voltaram a relaxar, voltaram a demitir e voltaram a atender mal.

A alegação de que a automação bancária poderia resolver o mau atendimento é uma falácia, porque apenas, Ver. João Antonio Dib, 30% dos brasileiros possuem conta bancária. Esse é um dado de pesquisa, um dado exato, que mostra que a automação bancária só ajuda aos bancos para que venham a auferir maiores lucros e a se relacionar com grandes clientes, mas não resolve o problema de 70% da população que não possui conta bancária.

Nós estamos, então, buscando dar efetividade, e, novamente, eficácia à Lei da Fila, mudando as penalidades. Ver. Estilac Xavier, as penalidades iniciais eram de 200 UFIRs no caso da primeira infração e 400 UFIRs no caso de reincidência, até a quinta infração. Registro que, a partir da quinta, há a possibilidade do fechamento por dois dias da agência bancária. Nós estamos saindo, portanto, dessas penas mais brandas e indo para, num primeiro caso de descumprimento da lei, uma penalidade de 2.000 UFIRs, e, no caso de reincidência, até a quinta, 4.000 UFIRs. Depois disso, nós passaríamos, então, para o fechamento temporário dessa agência bancária. Isso objetiva fazer com que, com uma multa com um valor um pouco superior, os bancos dêem mais atenção e melhorem o atendimento.

De outra parte, nós estabelecemos um prazo de trinta dias para o julgamento dessas denúncias, porque nós verificamos que, em alguns casos, feita a denúncia pelo cidadão que ficou por mais de trinta minutos na fila, o processo todo demorava em torno de dois a três meses para um resultado final; logicamente, tem de haver o contraditório, mas esse contraditório não se pode estender ao longo do tempo, porque isso acaba beneficiando o estabelecimento bancário. Nós estabelecemos o prazo máximo de trinta dias e também a obrigatoriedade, buscando ser um tipo de penalidade, Ver. Estilac Xavier, de que sejam publicadas nos jornais as penalidades aplicadas. A partir do momento em que uma instituição financeira, de forma reiterada, freqüentar as páginas dos jornais como uma agência que atende mal à população, ela também sofrerá um determinado tipo de coação. Sem poder dizer que seria um bis in idem, na verdade, a publicação força a que as agências tenham algum cuidado com a nossa população. Por último, também, nós descentralizamos, com a nossa iniciativa e a proposta, o local de entrega dessas reclamações, dessas denúncias, porque um cidadão que já fica por uma hora em uma fila de banco não pode despender mais um tempo, se morar na Zona Norte ou na Azenha para ir até o Centro para entregar a sua denúncia, tornando-se, praticamente, impossível fazê-la. Por isso, nós estamos descentralizando o local de entrega de denúncias. Com essas propostas, talvez, somadas a outras, dos nossos colegas, poderemos dar, novamente, a eficácia a essa Lei, que é pioneira em todo o Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje estamos em um momento muito importante para o nosso Partido, Partido que vem debatendo a sucessão estadual, mais a sucessão estadual do que a federal.

Quero, aqui, dar um posicionamento do Vereador Cassiá Carpes, que não concorda com a imposição do Diretório Nacional do PTB sobre o Diretório Regional, até porque essas pessoas estão tentando nos colocar “goela abaixo” o seu posicionamento, e o gaúcho não gosta disso. Eu já não concordava com esse posicionamento do Diretório Nacional há muito tempo. Há na bandeira do PTB do Rio Grande “PTB-RS”, para nos diferenciar dessa gente. Não concordamos com que a coisa seja feita dessa maneira, até porque o gaúcho não gosta disso. As coisas do Rio Grande têm de ser tratadas aqui. Não se leva a outra esfera e não se coloca “goela abaixo” essa verticalização. Ela tinha a intenção de fortalecer os partidos políticos, mas tornou-se uma ditadura de cima para baixo, coisa com que não concordamos. O nosso Partido tem feito reuniões sucessivas, como um partido democrático, um partido que, aqui, na Capital, fez coligação com o PDT, com muita satisfação. E fizemos quase cento e trinta mil votos com essa coligação. Colocamos o nosso 14 para o 12, porque o 12 é que existia até para a votação dos Vereadores. Com a maior satisfação, ajudamos e nos unimos numa corrente fraterna do trabalhismo em 2000, aqui em Porto Alegre. Mas, desta vez, a coisa começou muito errada! Ela saiu do nosso Rio Grande e foi para os gabinetes em Brasília, e isso o gaúcho não aceita. O fisiologismo dessas pessoas nunca nos satisfez. O PTB do Rio Grande é um PTB de autonomia, uma bandeira consagrada, uma bandeira estabelecida pela democracia interna, e não concorda com José Carlos Martinez, não concorda com Roberto Jefferson que, aproveitando essa verticalidade da eleição nacional, impõe, aqui, uma forma de que não gostamos. Nós vamos para a nossa convenção, de 10 a 30 de junho, com autonomia de aqui decidir as nossas coisas. Nós vamos perder, Ver. Nereu D’Avila, quem sabe, uma grande oportunidade de unirmos o trabalhismo no Rio Grande. Isso não vai dar, da maneira como está sendo conduzida, em fusão nenhuma; vai dar em uma confusão e em uma divisão dos trabalhistas aqui no Rio Grande.

Portanto, peço aos Vereadores do PDT e ao meu colega Elói Guimarães para que nós possamos dar uma contribuição para mantermos o trabalhismo unido no Rio Grande. Este é um momento de reflexão, é um momento de união, é um momento de tirarmos as vaidades pessoais para que possamos, num grande debate, chegar ao que chegamos em 2000, para a União Trabalhista caminhar nas ruas com a maior satisfação, para que nós sejamos mais uma vez só uma bandeira.

Este é o pedido, não do Líder Cassiá, mas do Vereador Cassiá, que quer, junto com os colegas do PDT, que nós nos possamos unir, nestes momentos cruciais da vida brasileira, nestes momentos cruciais do trabalhismo do Rio Grande, e quebrar algumas arestas, que não estão aqui no Rio Grande, que estão mais acima, estão lá. Que aqui no Rio Grande, com a capacidade de união que temos, possamos unir mais uma vez o trabalhismo. Antes diziam o seguinte: que o PTB do Rio Grande não era o PTB do Martinez e do Roberto Jefferson. Concordo, o PTB do Rio Grande não é o do Martinez e do Roberto Jefferson; é o PTB daqui, que decide as suas coisas em conjunto com o trabalhismo.

Portanto, peço, mais uma vez, que possamos unir forças para recuperar e colocar a bandeira do trabalhismo no Palácio Piratini. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Paulo Brum, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Cassiá Carpes, nós, da Bancada do PDT, queremos informar, não só à população de Porto Alegre, que nós também estamos preocupados com os rumos da negociação trabalhista. Nós estamos tão preocupados que acabamos de endereçar ao nosso Líder, Ver. Isaac Ainhorn, um documento da bancada pedindo uma reunião urgente para que possamos nos posicionar frente a essa questão, Ver. Elói Guimarães.

Nós, da bancada municipal do PDT, queremos, também, nessa reunião, dizer que existimos, dizer que temos opinião, dizer que temos voz e que temos votos e, por isso, estamos aqui; que nós, da bancada pedetista, nunca somos chamados para nada, nem para nos posicionar, abertamente, sobre essa questão toda. Se não conseguirmos avançar nessa reunião de bancada, vamos fazer um documento ao presidente metropolitano, ao Ver. Nereu D’Avila, para que possamos analisar essa questão dentro do Partido.

Nós do PDT sempre ouvimos dizer que o PTB podre é o do Roberto Jefferson, que está em Brasília, e que o PTB bom é o que está no Rio Grande do Sul. Agora, nós, do PDT, estamos abraçados com o Roberto Jefferson de Brasília e pagando vale, porque o PTB do Rio Grande do Sul não quer o PDT. Se o PTB não quer o PDT, então, acho que nós, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Ervino, Ver. Goulart, temos que procurar o nosso caminho. O que não podemos é correr o risco de o nosso Partido ser desmoralizado. Vivemos numa democracia, ninguém hoje recebe alguma coisa goela abaixo. As pessoas sabem o que escolher, as pessoas têm opinião, não são amebas, não são vacas de presépio, as pessoas querem posicionar-se. Agora, se o PTB daqui não quer o PDT, por que estamos insistindo, por que estamos vetando? Essa é a preocupação da bancada municipal.

Pedi licença ao Presidente Nereu D’Avila, ao Ver. Ervino e ao Ver. Goulart, para falar aqui e repito: encaminhamos, há pouco, um pedido ao Líder, Ver. Isaac Ainhorn, para reunir a Bancada, para que possamos analisar essa situação. Se não avançarmos internamente, vamos encaminhar um requerimento ao Ver. Nereu D’Avila, Presidente do Metropolitano, porque queremos participar. Não podemos é detonar todas as pontes. Na política, não se detona pontes. O que vai acontecer? Vamos ficar isolados! Vamos fazer de conta que o PTB vai nos apoiar? Não vai! O PTB não quer, ele tem personalidade, todo mundo tem personalidade. Agora, vamos ser levados água abaixo por imposição, por intransigência? Olha, nós, da Bancada, temos essa posição, Ver. Cassiá Carpes, e queremos analisar tudo isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pergunto: É SMIC ou SMAC, Secretaria Municipal de Indústria e Comércio ou Secretaria Municipal de Ambulantes e Comerciários? Porque eu não consigo entender que uma Secretaria, que partiu da inteligência e da competência de um homem como Guilherme Socias Villela, que era para cuidar da indústria e do comércio, faça as coisas de tal sorte que a indústria em Porto Alegre não tenha atenção do Município, tanto quanto o comércio não tem. A SMAC, hoje, fala como se só existissem comerciários; se os comerciários não são razão à existência deles, não é a razão da existência as lojas, os locais de comércio. Por que a SMAC, Secretaria Municipal de Ambulantes e Comerciários não chamou as duas partes para debaterem o problema? Por que não procurou equacionar um problema que é sério? Não! Mas ela tinha que fazer a sua parte. E não é, Ver. Adeli Sell, que ficou preocupado quando eu pronunciei SMAC, uma crítica à Administração atual, não, eu também, quando fui Prefeito, tentei que ela fizesse indústria e comércio, mas os ambulantes estavam sempre mais prestigiados pela oposição e eu não tinha como fazê-lo.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Prefeitura, diz o Correio do Povo, poderá perder um edifício. Quando da compra, pela Prefeitura, daquele edifício na Rua da Praia, onde hoje está a SMAC e a Educação, eu trouxe ao conhecimento da Casa que eu entendia que não era possível comprar sem autorização legislativa. A Câmara apoiou o meu ponto de vista: deveria ter autorização legislativa para a compra. A Prefeitura comprou um prédio de dezesseis andares, que tinha quinze, não disse quantos metros de área construída havia na escritura. Eu nunca vi uma coisa tão malfeita, em matéria de escritura, em matéria de descrição, como aquela que a Prefeitura fez. Então, quando ela comprou esse outro prédio de quatro pavimentos, na Rua Jerônimo Coelho esquina com Rua Marechal Floriano, eu vim à tribuna e disse que o prédio não poderia ser comprado, porque estava vinculado a uma ação policial que pretendia indenização para pessoas que foram lesadas. Mas a Prefeitura, como está acima de tudo, não deu a mínima resposta para a Casa, em especial para este Vereador, e hoje a Prefeitura corre o risco de perder o prédio localizado na Rua Jerônimo Coelho esquina Marechal Floriano. O imóvel foi comprado, apesar de estar penhorado para quitação de dívida resultante de ação por dano moral. Isso foi alertado, quando a Prefeitura comprou, por este Vereador.

Uma terceira coisa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu fui diretor do DMAE por duas vezes e vivi momentos extremamente difíceis naquela autarquia, mas sempre dei resposta imediata aos problemas apresentados. Eu lembro que um dia alguém me telefonou do Bairro Anchieta dizendo que a água estava leitosa e provocando diarréia. Aí, imediatamente, mandei examinar. Como a variação do pH do Rio Gravataí, de onde se retirava a água, era muito brusca, a dosagem de sulfato de alumínio fazia com que a água tivesse quase que o efeito do leite de magnésia. O que é que nós fizemos? Mandamos corrigir, dentro das possibilidades, e fechamos a estação de tratamento. Deixou de funcionar no Bairro Anchieta. Agora, o Ver. Luiz Braz traz, na primeira quinzena de abril, uma denúncia que, no meu entendimento, na Sessão seguinte deveria estar um Vereador do PT nesta tribuna dizendo que não cabia a denúncia do Ver. Luiz Braz. Levaram muito tempo para dizer, na primeira quinzena de maio, e o fato ocorreu na primeira quinzena de abril. Essa questão de não acertar o nome da rua é brincadeira! Fico muito triste que o meu DMAE tenha que passar por situações vexaminosas como essa, deixando em dúvida a população porto-alegrense, o que não deveria ocorrer, mas deixaram. Fico muito triste. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PHS.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, juro para vocês que não faço aqui palanque eleitoral. De mim vocês não vão ouvir isso, porque acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre foi criada, até que me provem o contrário, para tentar solucionar problemas da cidade de Porto Alegre.

Entrei com projeto na Casa a respeito da abertura do comércio aos domingos. É um projeto realmente polêmico, mas que está demorando a entrar. Como também está demorando a ser instalada a CPI do DEMHAB, da habitação. Não estou falando isso porque as pessoas estão lá aplaudindo, é que realmente esta CPI do DEMHAB é um trabalho que precisa ser realizado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, de qualquer maneira, custe o que custar, precisamos estabelecer essa Comissão Parlamentar de Inquérito para saber se realmente existem ou não problemas, e terminarmos com a aflição, com a agonia das pessoas, que, tendo problemas de habitação em Porto Alegre, para cá vêm pedir auxílio a nós, que fomos eleitos para isso, e que daqui não tiram absolutamente nada. São romarias e romarias, segmentos e segmentos.

Outra coisa, pedi esclarecimentos e não recebi até agora: onde é que estão os vinte e dois mil professores contratados pela Secretaria de Educação do Governo Estadual? Não recebi a relação, minha querida Ver.ª Maria Celeste, V. Ex.ª que é Presidente da nossa Comissão de Educação e Cultura, e eu sou o Vice-Presidente. Não é responder: “Nós contratamos vinte e um mil novos professores.” Não. Se não for muito trabalho para a Prefeitura, se não for muito trabalho para o Governo, gostaria de receber isso especificadamente. Gastamos papel que poderia ser empregado na feitura de cadernos para os alunos das escolas municipais. Olhem a grossura que está o nosso expediente! Eu gostaria de saber, professor por professor, onde foi contratado: se eles estão na sala de aula ou se estão nos gabinetes do Partido dos Trabalhadores. Porque, nas salas de aula, obviamente, todos não estão. Por exemplo, a última denúncia que eu recebi, é que na Escola Jean Piaget - uma escola modelo, segundo o PT -, no Parque dos Maias, está faltando professor. Está faltando professor na Restinga, está faltando professor na Lomba do Pinheiro, que é a região da minha querida Ver.ª Maristela Maffei.

Então, eu gostaria muito de receber essas respostas das pessoas. Quanto aos meninos e meninas de rua, eu não falo mais, e quanto a este microfone, na medida do possível, eu não vou usar nunca o tempo, porque, palanque eleitoral, eu não vou fazer. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, o Ver. Haroldo de Souza, quando pede explicações - fala em vinte e dois mil professores e nós temos cinco mil – à Prefeitura, faz uma confusão. Apenas para corrigir, as contratações são estaduais e nós encaminharemos ao Governo do Estado as explicações uma por uma.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, a Ver.ª Sofia Cavedon só veio para dar uma aparecida; agora, o que eu quero mesmo, eles não mostram.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que estão hoje aqui nesta Casa e os que nos assistem pela TV Câmara. Quero tratar, hoje, do drama vivido por quatro mil taxistas autônomos de Porto Alegre ameaçados pelo Projeto de Lei n.º 1295, do Deputado Federal Adolfo Marinho, Projeto já aprovado na Câmara Federal e que agora se encontra no Senado. Deputado esse da base do Governo de Fernando Henrique, mais precisamente do PSDB do Ceará.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que esse Projeto foi aprovado na calada da noite, sem ir à Plenário, somente nas Comissões. Esse Projeto, Ver. Juarez Pinheiro, modifica o Código Brasileiro de Trânsito, invadindo, no nosso entender, as prerrogativas da Câmara Municipal, a quem cabe legislar sobre problemas de interesse local, como é a concessão de placa para taxistas. No seu artigo 2.º, ao tratar das autorizações, permissões ou concessões pelo Município a pessoas físicas, para a exploração do serviço de táxi, estipula o seguinte, Ver. Juarez Pinheiro, que é um jurista: (Lê.) “Uma única e intransferível autorização, permissão ou concessão será conferida à pessoa física para o seu uso exclusivo.” Qual é a conseqüência dessa modificação para a sofrida categoria dos taxistas autônomos? Primeiro, significa que será retirado deles, Ver. João Dib, - que outro dia já se manifestou aqui – o seu pecúlio, construído com muito trabalho e sacrifício, e a sua própria possibilidade de se aposentar ou, no caso de um infortúnio, de uma segurança para a sua família. Por quê? Porque se o taxista se aposentar, como é intransferível e é de uso exclusivo, a permissão retornará para o poder concedente. Se ele morrer, retornará para o poder concedente, ou seja, ele tem de trabalhar até morrer. E quando morrer, não deixará absolutamente nada para a sua família.

Mais do que isso ainda – o Ver. Ervino também, outro dia, se pronunciou – todos nós sabemos que os taxistas não podem trabalhar as vinte e quatro horas. Então, um filho trabalha, um irmão trabalha, um primo trabalha, um amigo trabalha. Agora não poderá mais, porque será de uso exclusivo, ou seja, ou ele vai trabalhar as vinte e quatro horas, ou dezoito horas, ou o táxi estará parado.

Agora, eu diria que a explicação, Ver. João Antonio Dib, para esse absurdo, está no inciso II. O que é que diz o inciso II, nesse mesmo artigo da Lei? (Lê.) “Até 10% das autorizações, permissões ou concessões poderão ser dadas para uma mesma pessoa jurídica, a única que poderá contratar auxiliares.” Façamos os cálculos: dez empresas, cada uma com 10% das concessões, Ver. Cassiá Carpes, poderão tomar conta de todas as placas de táxi de Porto Alegre. E elas terão uma vantagem: Se o seu motorista morrer, terão que devolver a concessão para o poder concedente? Não. Simplesmente contratarão outro. Se ele se aposentar, simplesmente contratarão outro; se ele se acidentar, também contratarão outro. Portanto, os grandes beneficiários serão as empresas, que, no caso de Porto Alegre, são quase quatro mil concessões. Cada uma poderá ter em torno de quatrocentos carros, e dará aos motoristas um mísero salário mínimo e, possivelmente, uma aposentadoria miserável, quando ele se aposentar. Ou seja, essa Lei, de clara inspiração neoliberal, trabalha no sentido de liquidar, como categoria, os taxistas autônomos desta Cidade.

Concluo dizendo que, por tudo isso, estamos participando da mobilização dessa categoria; estivemos na sua assembléia geral na semana passada e já acertamos de fazer uma reunião na CUTHAB para tratar desse problema. E creio que toda esta Casa, inclusive os representantes do PSDB, somar-se-ão a essa luta justa de uma categoria sacrificada, que precisa do apoio desta Casa, e em um tema que está legislado em nível municipal e é um tema local. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PMDB.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho sempre, dentro do possível, dito que uma das nossas funções primordiais, como Vereadores, é fiscalizarmos a Cidade. Usei até na própria campanha eleitoral, da reeleição para Câmara Municipal, entitulando-me, como minha primeira função, como um Vereador que fiscalizaria a Cidade. E tenho tido uma atenção especial às questões das obras na cidade de Porto Alegre, que também têm sido muito debatidas aqui pela Ver.ª Clênia Maranhão quanto a III Perimetral, da Assis Brasil. V. Ex.ª tem absoluta razão, quando alerta e chama a atenção dos Vereadores, das autoridades quanto à lentidão e o retardo dessas obras na cidade de Porto Alegre. De uma maneira particular, falo sempre do viaduto da Nilo Peçanha com a Carlos Gomes. Inclusive, quando o Secretário de Obras aqui esteve, os Vereadores Beto Moesch e Reginaldo Pujol fizeram algumas questões específicas sobre a demora dessa obra, alertados, na ocasião, pelo Secretário, de que havia sido alterado o projeto arquitetônico, o projeto técnico da obra e enviado ao BID, na certeza de que poderia ser retomada em ritmo normal essa obra, que tem criado diversos transtornos na região. Por ter filho no Colégio Anchieta, passo duas vezes ao dia lá, às 7h10min, quando o levo, e quando retorno para casa. Constato, cada vez mais - e a Ver.ª Sofia Cavedon também faz esse trajeto - o transtorno natural de uma grande obra, um engarrafamento. Mas, por ter trabalhado por dezenove anos nesse segmento, chama-me a atenção a lentidão do trabalho. Chama-me a atenção que, quando deixo meu filho no colégio, pela manhã, retorno pela Nilo Peçanha, cruzando a Carlos Gomes e não vejo os funcionários trabalhando no viaduto naquele horário das sete e pouco da manhã. Vejo os funcionários trabalhando no entorno, mas no viaduto não. Como um viaduto daquela envergadura é construído com essa lentidão numa cidade como Porto Alegre que quer ser uma grande cidade? A grande surpresa para este Vereador é que a obra foi embargada pelo BID no começo da semana. Por que foi embargada pelo BID, se temos a Secretaria Municipal, temos os nossos técnicos, os projetos? Porque o BID não concorda com as questões técnicas daquela obra, não concorda com as fundações daqueles pilares que já estão lá moldados e concretados no meio da Nilo Peçanha e da Carlos Gomes. Uma obra que está alterando a vida das pessoas que moram naquele entorno, alterando a vida de todas as pessoas que precisam daquelas vias. Estamos num constrangimento. Estamos sob financiamento do BID para a III Perimetral, mas hoje a obra está interrompida, porque foi embargada pelos técnicos do BID, não pelos técnicos da Prefeitura.

O Secretário, quando convidado a comparecer aqui, não soube explicar, essa é a palavra certa, o motivo da troca do projeto. Se o projeto fosse para diminuir custos, e uma das alegações é de que haveria uma diminuição de custo, teríamos de saudar; se o projeto fosse para qualificar, teríamos de saudar, mas temos de constatar que foi agora embargada, não pelos técnicos daqui, mas pelo banco que financia aquela obra. E a população de Porto Alegre fica à mercê do mesmo problema na Av. Assis Brasil, onde a construtora faliu, porque o valor licitado era muito baixo, a segunda e a terceira empresas não querem fazer aquela obra, porque os valores são baixos, a população fica prejudicada, os comerciantes ficam prejudicados, a Cidade, na sua movimentação, fica prejudicada. E agora também constatamos que na Av. Nilo Peçanha com a Av. Carlos Gomes vão parar a obra, vão demorar a obra. A população fica prejudicada, os moradores, os comerciantes, todos perdem pela lentidão, pela falta de visão de grande cidade e, principalmente, agora, para a surpresa deste Vereador, perdem, porque a obra foi embargada por uma instituição bancária que financia aquela obra, que é uma instituição internacional. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nos períodos que me antecederam, de Liderança, vários Vereadores se reportaram à questão das posições dos partidos a respeito das alianças e das eleições deste ano. Achei, portanto, que seria necessário expressar, dentro dessa mesma perspectiva de esclarecimento à população, o resultado de uma resolução que aprovamos nesse 1.º de maio, como resultado da reunião do Diretório Estadual do PPS, no Rio Grande do Sul, que passo a ler para as senhoras e os senhores. (Lê.) “Considerando que, há seis meses, o PPS vem empreendendo esforços para a construção da Frente Trabalhista com vistas à disputa eleitoral no Rio Grande do Sul e o fortalecimento da candidatura Ciro Gomes; que mesmo frente às reiteradas manifestações de intolerância a lideranças do PPS por parte de integrantes do PDT, o Partido manteve o silêncio construtivo daqueles que buscam o entendimento; que apesar desse esforço, o PDT manteve-se intransigente, desconhecendo, entre outras, as propostas de entendimento apresentadas pelo PTB, através do seu líder maior, Dep. Sérgio Zambiasi, e rompeu unilateralmente as negociações; que o PPS não pode fugir dos seus compromissos, já que pertencem aos seus quadros os nomes que o Partido e expressiva parcela da sociedade gaúcha consideram como os mais qualificados, pessoal e politicamente, para desenvolverem a esperança à gente do Rio Grande do Sul, diante do grave quadro político, administrativo e social criado pelo atual Governo do PT.

Resolve: 1) Apelar mais uma vez, aos líderes e aos partidos da Frente Trabalhistas para que busquem o entendimento, para o qual o PPS continua à disposição; 2) Manifestar a sua solidariedade e apoio ao Senador Roberto Freire, Presidente Nacional do PPS, pela forma tolerante e paciente com que tem conduzido o nosso Partido nesse momento difícil da formação da Frente Trabalhista; 3) Reafirmar a certeza de que o companheiro Ciro Gomes representa a alternativa que o Brasil necessita e para a qual trabalhamos; 4) Conclamamos os companheiros Antonio Britto e José Fogaça para que reavaliem a elogiável e construtiva postura de desprendimento, mantida até aqui, e aceitarem a indicação do PPS e dos gaúchos, assumindo a condição de pré-candidato a Governador e a Senador, respectivamente; 5) Credenciar a Comissão Executiva Estadual para que transmita esta indicação a Antonio Britto e José Fogaça, bem como para que realize, junto ao conjunto das forças partidárias gaúchas, entendimento que amplie o apoio a Ciro Gomes e garanta aos gaúchos uma alternativa concreta de vitória nas eleições de 2002, tendo como referência os princípios e programas do PPS. Porto Alegre, 01 de maio de 2002.” Essa foi a posição que nós aprovamos - essa posição que, num clima de festa, de absoluto entusiasmo das centenas de lideranças políticas do nosso Partido e de outros partidos que se solidarizavam conosco e acompanhavam aquela decisão política fundamental para os destinos das eleições de 2002 - , em 1.º de maio deste ano. Achamos importante reafirmar a posição, também como a posição da nossa bancada, ampliando o debate, as justificativas e os esclarecimentos à sociedade porto-alegrense e à sociedade gaúcha. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, nós estávamos encarregados pelo Ver. Marcelo Danéris, nosso Líder, de falar e, se tivermos tempo, falaremos, ainda nesta intervenção de Liderança, sobre a questão da manifestação de banqueiros internacionais preocupados com o crescimento da candidatura do companheiro Lula.

As palavras do Ver. Fernando Záchia, Líder do PMDB, relativamente à elevada da Av. Nilo Peçanha com a Av. Carlos Gomes, obrigam-nos aqui a tecer alguns comentários. Eu entendo a preocupação do Ver. Fernando Záchia, que é egresso dessa área de construções, na sua atividade profissional, ele milita nela e se preocupa, mas, às vezes, eu tenho uma discordância profunda com a forma de intervenção do Líder do PMDB. Parece que fazer obras nesta Cidade, para alguns, e não é o caso do Ver. Fernando Záchia, é uma coisa ruim. Sempre que a Administração executa o seu compromisso na busca de interesse público de realizar obras para melhorar a circulação viária, um comentário, com o tipo de viés que é feito, ocorre em um sentido, ou seja, preocupados com a possibilidade concreta deste Município a respeito de realizar obras, um Município que não tem dívida, porque a percentagem de endividamento municipal é muito pequena, um Município que está organizado, realiza as obras, e o comentário não é a conseqüência daquelas obras para a população, e sim, o fato de que elas estão muito demoradas. Ora bolas! Se esquecem, por exemplo, que para realizar uma obra pública tem que ter licitação pública, ou querem mudar os prazos da Lei de Licitações? A Lei de Licitações é uma Lei Nacional, cogente para a União, Estados e Municípios, e é lógico que os licitantes, as empresas, sejam nacionais, internacionais, têm que ter um prazo para apresentar as suas propostas. Ou não é assim? Ou é diferente? Ou decide-se a obra e imediatamente vamos fazer a obra? Não. Nós temos que buscar a melhor proposta, nós temos que ter o Projeto e esta desculpa de que demora muito, na verdade, é uma preocupação de caráter político-eleitoral, porque a população reclama estas obras, e quando o Município responde de forma afirmativa, realizando as obras, há um incomodamento. Reclamaram na Assis Brasil. Eu moro na Zona Norte, as obras da Assis Brasil, hoje, fazem com que aquele comércio floresça de forma afirmativa, pujante. Eu passo todos os dias pela Nilo Peçanha com a Carlos Gomes, e aí dou a informação, nobre Ver. Fernando Záchia, de que o projeto não sofrerá nenhum prejuízo no seu tempo. No final do mês de dezembro será liberada a elevada da Protásio Alves, e o que houve - nós temos aqui um engenheiro civil na Casa - é que na Nilo Peçanha o terreno é rochoso, e isso os engenheiros sabem, Ver. Fernando Záchia, que só é possível verificar isso quando se faz as fundações, e, verificado que o terreno era rochoso, havia necessidade de mudar o tipo de fundações e foi comunicado ao BIRD, que já está autorizando. O prejuízo, no máximo, se houver, será de uma semana e meia no prazo, ou seja, no final de dezembro nós já teremos a elevada pronta.

E quero dizer mais: no final do mês de maio, isto é oficial, nós teremos terminado o alargamento da Aparício Borges, teremos terminado o alargamento da Carlos Gomes, já teremos liberado um terço da Perimetral, e mais, Vereador Fernando Záchia, nós já teremos, na confluência da Protásio Alves com a Carlos Gomes, a possibilidade inclusive de passarmos por baixo do viaduto. Portanto, é a questão de uma obra de engenharia, são prazos de ordem legal e a Cidade, sim, está de parabéns, recebendo uma obra deste quilate, desta importância, que ligada a todas as radias fará com que tenhamos um trânsito ainda melhor.

Agora eu queria dizer que a preocupação dos banqueiros internacionais com o crescimento da candidatura Lula é uma coisa positiva. Os especuladores internacionais, organizados através de suas entidades, como o FMI, o Banco Mundial já estão verificando que a população brasileira está dizendo um não, está dizendo um basta à política de submissão ao capital financeiro internacional. Eles estão preocupados não é com o risco Brasil; eles estão preocupados é com o risco da remuneração do capital especulativo internacional, que cobra do Brasil o maior juro do mundo e alegam que o Brasil tem uma economia frágil, uma economia que coloca risco ao seu capital. Pois podem ficar, sim, eles, com as “barbas de molho”, porque a população brasileira vai dizer não à submissão ao capital financeiro internacional, não a um juro de 20%, que é pago o maior juro do mundo por um governo serviçal, um governo de cócoras ao capital financeiro internacional. Portanto, é positivo, sim. Fiquem de “barbas de molho”, não há o risco Brasil, há o risco do capital especulativo internacional diminuir os seus lucros, porque a população brasileira está dizendo: “Basta à especulação! Basta à submissão ao FMI! Basta à submissão à Organização Mundial do Comércio!” Ela está com o Lula, ela está com a maioria do povo brasileiro, que são aqueles que são afastados do direito à vida, do direito à saúde, do direito à educação. Não há risco Brasil, Ver. Luiz Braz; há risco ao capital especulativo internacional diminuir seus lucros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente Ver. Paulo Brum, no exercício neste momento, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, ocupamos novamente a tribuna nesta sexta-feira para falar de um assunto que já trouxemos à discussão na semana passada, mas depois de aqui colocarmos esse assunto em pauta recebemos inúmeras ligações, inúmeras manifestações de apoio relativas ao uso indiscriminado das caçambas no Município de Porto Alegre. Falamos, na semana passada, que no Município de Porto Alegre hoje estão colocadas quatro mil caçambas nos mais diferenciados lugares da Cidade. Também colocamos que existem mais de duas dezenas de empresas-fantasma, ou seja, são empresas que não recolhem nenhum tributo seja em nível municipal, ou estadual. Mas, em compensação, estão atuando diretamente dentro do Município. Essas caçambas - conforme nós colocamos – estão dispostas ora na calçada, ora no meio-fio e ora no próprio leito da rua. Já tivemos casos de óbito em nossa Cidade, óbitos conhecidos. Mais recentemente, um acompanhante em uma moto teve a sua perna amputada porque estavam depositados, em cima da caçamba, galhos de árvores, quando ele passou teve a sua perna decepada. Além disso, temos o problema da falta de conscientização junto à população de que estas caçambas servem para recolher entulhos, e as pessoas, inadvertidamente, colocam lixo orgânico, dificultando em muito o trabalho do DMLU.

O nosso chamamento aqui é para que possamos verificar uma sinalização melhor dessas caçambas, começando com uma definição dos pontos. A EPTC nos informou que está, em média, recolhendo de quatro a cinco caçambas por semana. Pasmem os Senhores: houve casos dessas caçambas não serem procuradas e foram, inclusive, a leilão, mostrando que os critérios da utilização são os mais diferenciados.

Nós encarecemos à população dos usuários que, ao contratar uma dessas empresas, solicitem nota fiscal, verifiquem a sua identificação, porque voltamos a dizer: mais de duas dezenas de empresas-fantasma estão operando em Porto Alegre. E voltamos a dizer que é um volume expressivo: quatro mil caçambas dispersas nos mais diferentes lugares e prejudicando e tumultuando o trânsito da nossa Cidade. Devemos disciplinar, também, os horários, principalmente no Centro da Cidade, para que os contêineres sejam retirados. Muitas vezes a retirada ocorre no momento de grande fluxo, fazendo com que toda a rua e as transversais fiquem prejudicadas.

Então, vamos enfatizar que esse assunto, essa temática, vamos trazer, sistematicamente, aqui, a esta Casa, para que possamos discutir com a totalidade dos Vereadores e mais o Poder Público uma regulamentação específica do uso dessas caçambas para que possamos ter o serviço necessário e a tranqüilidade necessária para evitar o tumulto, o caos e, principalmente, os óbitos que já ocorreram em nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras, senhores, eu achei muito estranho que depois de duas semanas que eu trouxe aqui uma denúncia a respeito da qualidade da água distribuída em Porto Alegre, hoje, instigado que foi pelo Ver. João Antonio Dib, o meu querido amigo Estilac Xavier tenha vindo aqui com a resposta do DMAE àquelas denúncias que fizemos.

O Ver. Estilac Xavier disse que não conseguiu encontrar exatamente a rua, que fizeram em uma outra, numa outra casa, e que o resultado que tiveram foi de água potável na amostra colhida. Mas isso, Ver. Fernando Záchia, não explica por que, por exemplo, o DMAE, imediatamente, mandou lavar aquele trecho de rede, quando soube das denúncias que fizemos aqui sobre a colimetria positiva lá na parada 16. Isso não explica por que muitos moradores dessa zona, que recebem essa água com gosto e cheiro diferenciados tem problemas de diarréia, que essas pessoas tem problemas de coceiras, que essas pessoas, de repente, não consigam nem mesmo usar essa água para tomar, porque o cheiro é tão horrível e o gosto é tão ruim que essas pessoas não querem se arriscar a ter algum tipo de contaminação. E por isso mesmo utilizam água mineral comprada. Mas é claro que nem todas as pessoas conseguem fazer isso e, então, têm de ir pedir água aos vizinhos mais distantes, que estão recebendo uma água melhor.

Essas afirmações que fizemos aqui na tribuna é que eu gostaria que fossem contestadas. Eu acredito que aquelas pessoas, as lideranças petistas, poderiam vir aqui e desmentir e que também poderiam dizer que não está acontecendo diarréia no Humaitá; que não estão acontecendo coceiras com o uso da água lá na Restinga. É isso que tem que ser feito.

Se eu participasse do Partido do Governo, imediatamente eu iria procurar as análises todas desses locais que citei aqui. Eu não disse aleatoriamente: eu disse exatamente os locais, e na análise que nós fizemos, nós dissemos, inclusive, o número da casa que nós pesquisamos e o laboratório que nós utilizamos, que foi o Laborquímica.

Então, eu gostaria que essas lideranças petistas pudessem vir aqui e, ao invés de falar em política internacional e de dizer que agora a população brasileira não precisa ter medo do Lula com esses investimentos indo embora, eu queria que eles falassem, sim, do medo da nossa população em utilizar a água.

Não é, Ver. Juarez Pinheiro, o problema do perigo Brasil. O perigo Brasil até não está me preocupando muito. Eu estou preocupado agora, porque sou Vereador de Porto Alegre, com o perigo Porto Alegre, com as pessoas usando uma água que, de repente, usam com medo; usando uma água que está causando problemas para essas pessoas, muito embora a afirmação de técnicos do DMAE de que é um problema apenas com as algas.

Mas vejam bem, o DMAE faz uma obra atualmente para mudar o ponto de captação. Eu disse o seguinte para o técnico: olha, então, é o problema do ponto da captação, que vocês estavam errados. “Não, não é o ponto de captação”, ele disse para mim. Mas olha, Ver. Juarez Pinheiro, como é que não é ponto de captação e, de repente, o DMAE gasta alguns milhares de reais para mudar o ponto de captação a fim de tentar resolver o problema da água que é distribuída para a nossa Cidade? Então, a minha preocupação - só para encerrar, Sr. Presidente -, não é o perigo Brasil, muito embora essa preocupação, realmente, é claro que pesa sobre a nossa cabeça, mas a preocupação maior, eu que sou Vereador em Porto Alegre, é exatamente com o perigo Porto Alegre, com aquilo que pode estar acontecendo em várias regiões da nossa Cidade, com a distribuição de água, que, entre aspas, é chamada de potável. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Ver. Paulo Brum, Presidente dos trabalhos, este Vereador entrou com um Requerimento no dia 30, pedindo à Mesa que a Procuradoria da Casa tomasse as medidas judiciais cabíveis sobre a orientação do SINDILOJAS e do CDL para abertura do comércio aos domingos, para que se faça cumprir a Lei, e também pedindo um parecer da Procuradoria a respeito do precedente administrativo n.º 45 do Ministério do Trabalho. Nós gostaríamos de saber qual foi o encaminhamento dado pela Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Deve estar com a Procuradoria.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nesse mesmo diapasão eu quero reiterar a manifestação da Mesa sobre o não cumprimento da Lei das passagens, que está com a Mesa Diretora e, portanto, quero reiterar, também, porque é tão importante quanto o Requerimento do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 12h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 12h24min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, as lideranças chegaram a um acordo adequado. Vou ler primeiramente os requerimentos, que a seguir passarei às suas mãos: de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que requer uma Sessão Solene para homenagear a VARIG; da Diretoria Legislativa, indicando um servidor para representar esta Casa junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – estamos lá sem representantes; um Requerimento que autoriza a representação do Ver. Adeli Sell no 3.º Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável, em Santa Cruz do Sul; um Requerimento da Ver.ª Maristela Maffei, que solicita autorização para viagem em representação. Depois, Sr. Presidente, a votação do PLCE n.º 008/01, que as lideranças acordaram seja sem discussão e sem encaminhamento e, da página 86, o Parecer n.º 035/02, da Comissão de Constituição e Justiça, ao Requerimento n.º 023/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila e outros, sobre a CPI do DEMHAB. (Manifestações nas galerias.) Só encaminhamento, não haverá discussão, porque assim prevê o Regimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Então, de acordo com Requerimento apresentado pelo Ver. João Carlos Nedel, representando todas as lideranças, passamos imediatamente à votação do Requerimento n.º 076, de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

Em votação o Requerimento n.º 076, de autoria do Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 068/02, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. José Fortunati, Presidente da Casa, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, desde o início da minha participação nos trabalhos desta Casa, há vinte anos, sempre fui favorável a que os Vereadores viajassem com as despesas pagas por esta Casa, representando o pensamento desta Casa, participando de eventos para discutir os diversos assuntos ligados a nossa Porto Alegre. Muito embora seja ligado a esse pensamento, e muito embora tenha sido por duas vezes Presidente desta Casa, talvez eu esteja entre os Vereadores que menos viajou por conta desta Casa. Talvez não preencham os dedos de uma mão as viagens que fiz, e todas elas aqui ao redor. Fui a Florianópolis, uma vez, representar a Câmara numa reunião de Vereadores latino-americanos; estive sempre por perto viajando. Viajei poucas vezes às expensas da Casa. Viajei muito, porque gosto de viajar, às minhas expensas. Alguns Vereadores da Casa viajam constantemente. E sabem como é que são feitas essas viagens? Não é porque um Vereador é mais importante do que o outro, é porque o Vereador entra em contato – e eu poderia fazer isso, qualquer Vereador aqui desta Casa poderia fazer isso – com um evento qualquer que está acontecendo em qualquer parte do mundo e, de repente, se integra a esse movimento. E aí, eu vou com tudo pago pela Câmara de Porto Alegre. Qual é o retorno para a Câmara de Porto Alegre? Eu não sei. O que eu pedi já, em anos anteriores, Ver. Elói Guimarães, é o seguinte: que nós possamos fazer uma reunião de Mesa e Lideranças para definirmos aqui essas representações. Elas não podem ficar concentradas em um ou dois Vereadores, numa ou outra Vereadora apenas! Eu acho que essas representações têm que ser discutidas pelo conjunto da Casa. Sempre que a Casa tem que ser representada em algum lugar, já que vão falar no meu nome - porque quem sai em representação a esta Casa vai falar no meu nome -, o Presidente já tem essa autorização para falar no meu nome, porque, afinal de contas, o elegemos Presidente. Mas os outros Vereadores, quando quiserem sair para representar esta Casa para falar no meu nome e no nome dos outros Vereadores a respeito de determinado assunto, ah, olha, essa designação tem que passar por uma reunião de Lideranças e da Mesa da Casa, porque tem que ser definido assim!

Então, eu não quero constranger ninguém, nunca foi do meu feitio constranger alguém que pedisse uma viagem para este ou para aquele lugar. Agora, a Ver.ª Maristela Maffei foi uma relatora de uma Comissão no Fórum Social do PT, que foi realizado no PT e, por ser relatora, aqui, de repente, ela vai para Veneza, agora, para participar dessa reunião de Veneza, com tudo pago pela Casa.

Eu não sei, olha só, Ver. Elói Guimarães, eu cuido do dinheiro da Cidade. Eu acho que no trabalho que eu faço sempre procurei cuidar muito bem do dinheiro da Cidade, aqui. Então, eu fico pensando se nós esperamos para estabelecer novos critérios onde todo mundo possa ter chance para poder fazer essa representação desta Casa – e eu acho que isso tem que ser discutido com todas as Lideranças da Casa e com a Mesa Diretora da Casa – ou se, de repente, nós vamos continuar como nós estamos fazendo nos últimos tempos, votando esses Requerimentos de representação de acordo com o interesse particular de cada um e não de acordo com os interesses da Câmara Municipal de Porto Alegre e com os interesses da Cidade.

Então, olha só, se V. Ex.ªs resolverem que vai ser assim, eu vou acompanhar, eu vou votar com V. Ex.as. Mas eu acho que é injusto com o conjunto da Casa; não é comigo, eu não quero viajar para lugar nenhum. Os senhores sabem que, quando eu vou viajar para algum lugar, eu busco os meus recursos e vou viajar. Eu sempre fiz assim.

Eu penso, então, que é injusto com o conjunto da Casa que, simplesmente, o Vereador venha aqui, apresente um Requerimento de viagem para algum lugar e pronto, e a coisa fique assim. Vai falar no meu nome lá? Claro que vai, eu sou Vereador desta Casa, eu represento uma parcela da sociedade! Vai falar no seu nome, Ver. Sebastião Melo? A Vereadora discutiu com V. Ex.ª o que ela vai tratar em tal dia? Não. Olha, é o planeta fêmea! Sinceramente, eu fico esperando a manifestação das outras Lideranças desta Casa para tomar uma atitude com relação ao meu voto. Eu penso que nós deveríamos fazer uma reunião das Lideranças e a Mesa a fim de decidirmos os critérios para que as viagens de representação possam ser aprovadas pelo Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 068, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho sempre a visão muito clara que o intercâmbio, as experiências são extremamente positivas, não só para os nossos mandatos, mas o resultado desse intercâmbio é positivo para a cidade de Porto Alegre.

Todas essas viagens possíveis, normais, legais, e todas as experiências que nós trazemos para que nós possamos aqui refletir e, talvez, implantarmos algumas em Porto Alegre, trarão benefício para a nossa Cidade.

Se um Vereador – no caso específico da Ver.ª Maristela Maffei –, está envolvido nessa matéria, o Ver. Fernando Záchia não está, mas é uma matéria da qual a Vereadora está participando, atuando - se a viagem é possível dentro do limites ordinários e financeiros da Câmara -, é para Canoas, São Paulo, Bagé ou a Veneza, se há o conceito de que essa viagem trará benefícios para o mandato dos Vereadores e reflexo para a sociedade de Porto Alegre, este Vereador vota sempre favoravelmente.

Eu fui no ano passado para a cidade de Caracas, na Venezuela, convidado pelo governo de lá, Ver. Haroldo de Souza, mas a Casa teve a despesa nas diárias. E digo com toda a tranqüilidade que a experiência foi absolutamente positiva nessa discussão do metrô. Conheci a experiência do metrô na Cidade de Caracas e conheci também a experiência na cidade de Sevilha, ambas na Venezuela. E pude trazer o conhecimento para que possamos aqui fazer uma discussão, agora nessa própria Comissão que se está instalando e no seminário que foi realizado no ano passado, no mês de dezembro. Espero que essas experiências sejam positivas para a cidade de Porto Alegre.

Ora, nós temos que respeitar uma colega, um colega que tenha um trabalho, que tenha uma relação com essas entidades. Que bom que vai poder representar a Câmara Municipal, que bom que vai poder representar a cidade de Porto Alegre e trazer de lá experiências positivas que poderão ser usadas e implantadas na Cidade. Por isso é que este Vereador vota favoravelmente à viagem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Luiz Braz, o Requerimento n.º 068, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei. (Após a chamada nominal.) APROVADO por 17 votos SIM, 02 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

A Mesa recebe a Declaração de Voto do Ver. João Antonio Dib, que diz o seguinte:

“Declaração de Voto

Abstive-me de votar por pensar que deve ser estabelecido um plano para viagens de representação da Câmara Municipal de Porto Alegre.

(a) Ver. João Antonio Dib.”

Devo informar ao meu caro Ver. João Antonio Dib que, em duas reuniões seguidas, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre tentou buscar subsídios junto à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, junto à Mesa Diretora do Congresso Nacional para tentarmos estabelecer critérios, e devo confessar que não fomos felizes na busca de critérios equânimes, abrangentes e justos para a representação das Sr.ªs Vereadoras e dos Srs. Vereadores nas suas viagens. Estamos, inclusive, solicitando o apoio de todos os Vereadores para que possamos continuar com essa reflexão e assim definir regras e normas muito claras para as viagens a serem estabelecidas daqui para diante.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4119/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/01, que dá nova redação ao parágrafo único do artigo 10 da Lei Complementar nº 320, de 2 de maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da  COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA -  art. 82, § 1º , I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLCE n.º 008/01, que dá nova redação ao parágrafo único do art. 10 da Lei Complementar n.º 320, de 02 de maio de 1994. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0666/02 - PARECER Nº 35/02, da Comissão de Constituição e Justiça, ao Requerimento nº 23/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila e outros - Proc. nº 0635/02, que solicita a instalação de nova CPI para investigar o DEMHAB.

 

Relator Ver. Luiz Braz: conclusões:

"...

Nesses termos, solicitamos a aprovação imediata desta Comissão de Justiça para a tramitação, com caráter de urgência urgentíssima, do requerimento que pede a CPI, e o indeferimento a qualquer intenção de impedir o seu trâmite."

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Parecer n.º 035/02 da Comissão de Constituição e Justiça ao Requerimento n.º 023/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila e outros.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 035/02.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste momento em que iniciamos esta discussão, este encaminhamento, é um momento importante para esta Casa. Eu presidi uma CPI, e talvez fique com seqüelas na minha integridade física para o resto da vida. Assim, não poderia deixar de defender esse instrumento democrático de fiscalização do Poder Legislativo sobre a aplicação de recursos públicos. Mas nós também temos de ter seriedade! Não é meia dúzia que vai vir aqui e dizer, sem representação da sua comunidade, o que têm e o que não têm de fazer os Srs. Vereadores. Esta Casa tem de estar aberta, permeável à população, às comunidades nas suas reivindicações. Não pode, porém, ser tocada por diante.

Ver. Haroldo de Souza, estou fazendo essa análise sob o ponto de vista jurídico. Quero dizer que, depois que o Tribunal de Justiça julgar o recurso interposto por esta Casa, há condições jurídicas de instalar a CPI.

O que eu estou dizendo é que esta Casa não pode cair na aventura, no ridículo de meia dúzia vir aqui impor algo que é um absurdo jurídico, ou seja, foi proposta uma CPI, para ser justo, pelo Ver. Haroldo de Souza, inicialmente, com seis itens. Depois, colocaram mais 13. É o que eu sei. A CPI foi instalada. No curso dela, houve uma iniciativa. Houve um sentimento, uma sensibilidade do Ver. Sebastião Melo de que havia questionamentos à entrega de documentos, e ele propôs e aprovou na Comissão, e, depois, no Plenário, que a CPI deveria ser suspensa. O Plenário da Casa aceitou essa proposta e a CPI foi suspensa, Ver. Haroldo de Souza. Depois foi proposto o Mandado de Segurança e o Juiz entendeu que não caberia a suspensão da CPI. A Câmara de Vereadores inconformou-se e, irresignada, propôs recurso, e este recurso está tramitando no Tribunal de Justiça, neste momento.

Agora, alguns Vereadores querem jogar a Casa no ridículo, Ver. Haroldo de Souza, e, antes do julgamento do recurso, abrir uma nova CPI. Eu pergunto: será que a Câmara de Vereadores, quando propôs o recurso, não queria sair vencedora, Ver. João Antonio Dib? Será que a Procuradora estava brincando? Será que a Mesa Diretora estava brincando no Poder Judiciário quando propôs um recurso à decisão de 1.º Grau? Não. A Câmara de Vereadores, a Mesa, a Procuradora entenderam que caberia, sim, suspensão da CPI, assim como pensa o Ver. Sebastião Melo.

Portanto, enquanto não houver a resposta do 2.º Grau, como é que nós vamos abrir uma nova CPI, se o tema é o mesmo? E a nossa responsabilidade, onde é que está? E eu pergunto: se o recurso da Procuradora for suprido pelo 2.º Grau, nós teremos duas CPIs? Uma com um resultado, outra com outro resultado? Será que a Câmara de Vereadores vai-se expor a esse ridículo, Ver. Humberto Goulart? O que eu estou dizendo é que, sob o ponto de vista jurídico, a CPI... E nós temos agora apenas dois itens, que estão subsumidos no objeto da primeira, que está pendendo, que está sub judice no Tribunal de Justiça. E nós poderemos cair no ridículo, se não aguardamos esse tempo, de termos duas CPIs.

Eu pergunto: E se uma CPI tiver um resultado e outra CPI tiver outro resultado? Será que esta Câmara de Vereadores não pode ter o resguardo, a responsabilidade de aguardar a decisão do Tribunal de Justiça?

Eu vou ficar por aqui. Não quero nem avançar na questão do mérito, porque, quanto ao mérito, eu quero dizer que me surpreende, se havia dezenove itens a serem investigados, se havia dezenove irregularidades, como é que agora ficaram apenas duas? Mas esta questão eu quero deixar para depois.

Eu quero chamar à colação os meus colegas Vereadores de todas as Bancadas. Não vamos jogar a Câmara de Vereadores no ridículo. Não vamos expor uma entidade que tem mais de dois séculos numa aventura, numa irresponsabilidade. Qual é o problema de aguardarmos a decisão do Tribunal de Justiça e não cometermos essa verdadeira asneira, essa irresponsabilidade que vai de encontro, vai contra as melhores tradições desta Casa?

A favor das CPIs, a favor da investigação da aplicação dos recursos públicos! Contra a pressão de meia dúzia que não têm representatividade para vir aqui tocar por diante trinta e três Vereadores eleitos pelo voto popular. Esta Câmara de Vereadores, tenho a certeza, não vai cair nessa esparrela: vai aguardar o Tribunal e depois, sim, se for o caso, instalar a CPI. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Tumulto nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Solicito que as pessoas que nos dão a atenção das suas presenças, por favor, façam silêncio.

Queremos apregoar o ofício do Prefeito Municipal João Verle que encaminha uma mensagem retificativa ao Projeto de Lei do Executivo n.º 040/02, Processo n.º 1363/02, em tramitação neste Legislativo. Está propondo a criação de seiscentos e setenta e dois cargos de provimento efetivo na administração centralizada do Município para atuação junto à Secretaria Municipal de Saúde.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 035/02.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a CPI do DEMHAB, quando ela foi imposta para esta Casa, foi porque algumas comunidades, inclusive a comunidade do Jardim Dona Leopoldina, queixavam-se de alguns atos arbitrários que aconteciam dentro daquela comunidade, patrocinados pelo DEMHAB e também que algumas pessoas ligadas ao DEMHAB, até mesmo o seu Diretor, utilizavam-se da máquina pública, isto é, do dinheiro público, da construção de casas, para tirar proveito para a sua campanha eleitoral.

Nós sabemos que isso é crime eleitoral. Nós fizemos aqui a CPI. E eu vou aqui, Ver. João Antonio Dib, fazer mea culpa da oposição, porque sou Vereador da oposição, e eu não fiz parte dessa CPI, houve um outro Vereador do meu Partido que foi indicado, até porque eu acreditava que ele tinha muito mais legitimidade, e ele tem muito mais legitimidade do que eu para discutir o problema da habitação, que é o meu querido amigo Ver. Reginaldo Pujol.

A oposição falhou, como tem falhado outras vezes aqui com relação à presença no Plenário, e nós temos de fazer mea culpa e reconhecer esse nosso erro, se quisermos continuar aqui debatendo os assuntos que são do interesse do povo. Nós temos de estar presentes aqui nas discussões, mas não é por causa da nossa falha que isso vai ilegitimar a necessidade das comunidades, não apenas do Jardim Dona Leopoldina, mas de todas as comunidades, de continuarem pleiteando aqui, neste Plenário, e via CPI, a discussão do problema habitacional em Porto Alegre e a utilização da máquina pública por intermédio do Diretor do DEMHAB. Se for preciso para isso fazer uma nova CPI... E o Ver. Elói Guimarães, da Bancada do PTB, dizia para mim, antes de eu vir a esta tribuna: “Alega um fato novo.” E realmente existem fatos novos, mas mesmo que não existissem fatos novos, Ver. Elói Guimarães, nós quisemos que houvesse apenas a suspensão daquela CPI, para que nós pudéssemos continuar a discussão, uma vez que nós nos sentimos fraudados pela administração petista, porque sonegava documentos a esta Casa, impedindo que pudéssemos discutir, com fluência, a matéria.

Ora, se nós não tivemos o tempo necessário para terminarmos as discussões, é mais do que lógico que o interesse público sobrepaire sobre todos os outros interesses, e nós temos aqui a obrigação - nós não temos nem de discutir isso -, nós temos a obrigação de reinstalarmos uma CPI ou de instalarmos uma nova CPI para discutir o assunto. Eu dizia para o Ver. Estilac Xavier, antes de vir para esta tribuna, que não é para condenar ninguém, até porque a CPI não tem esses poderes de condenar, mas é para discutir a culpa que existe ou a não-culpa que existe nesse processo das habitações que são fornecidas para a camada mais pobre da nossa sociedade.

Nós temos a obrigação de fazer essa discussão. Não é apenas a obrigação da bancada de oposição desta Casa defender os interesses da sociedade e defender os interesses dos mais pobres. Nós temos de discutir esses interesses aqui dentro de uma Comissão Parlamentar de Inquérito quando existem as denúncias. Deve ser o interesse maior da própria situação. Se os Vereadores de situação acreditam que realmente a administração é isenta de culpa, se os Vereadores de situação acreditam que as acusações feitas ao DEMHAB são acusações infundadas, eu acredito que eles, Vereadores de situação, devem ser os principais interessados em que esta CPI possa funcionar. Então, eu vou pedir, em nome da grandeza desta Casa e da representação que nós exercemos, de todo um conjunto de sociedade, não apenas aos Vereadores de oposição, mas aos próprios Vereadores da situação: vamos aprovar essa CPI, vamos trabalhar em cima dos dados que temos hoje, vamos fazer as investigações necessárias, porque, afinal de contas, é o direito de morar que está sendo atacado e que está sendo afetado, e que nós temos a obrigação, como representantes públicos, de proteger. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 035/02. O Ver. Juarez Pinheiro encaminhou como autor do Requerimento.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente Ver. José Fortunati, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara. O assunto CPI do DEMHAB está fazendo aniversário hoje. Faz um ano que começou esse assunto, porque havia elementos cabais; instalou-se a CPI, foram ouvidas as testemunhas, e, adivinhem quem eram as testemunhas? Boa parte delas assessoras de Deputados, inclusive do PPS. Houve movimentos regimentais que suspendiam a CPI. E essa CPI tinha dezenove pontos - e nós dizíamos: dezenove fatos que não tinham precisão nenhuma; dezenove pontos que não eram fatos determinados. Essa CPI estava funcionando antes. Abriu formalmente, funcionou durante seis meses e resolveram suspender a CPI . Mas não era suspender a CPI para ela ficar suspensa, mas seguir trabalhando, porém não contar prazos. Aí é fácil, Ver. Zé Valdir. Aí, é não ter compromisso com o procedimento regimental, inclusive. Foram cometidas diversas arbitrariedades durante os processos das sessões da CPI. A bancada da Frente Popular questionou todas e foi buscar os seus direitos na Justiça para o cumprimento do Regimento e não de privilégios. Em várias liminares a Justiça nos deu razão. E essa CPI dos dezenove pontos, Ver. Zé Valdir, está sub judice. Será julgado o mérito mas com liminar já favorável à Frente Popular. Surpresa! Novo pedido de CPI agora com dois pontos. Dois fatos indeterminados. Um diz averigúem-se possíveis irregularidades lá no Jardim Leopoldina. E o outro: possível uso da máquina pública pelo DEMHAB na campanha eleitoral de 2000. Mas qual é o fato determinado disso?

Onde foram parar os dezessete pontos? Eram dezenove pontos, Ver.ª Sofia Cavedon, ficaram dois. Então, é uma admissão de erros, eu posso compreender assim, Ver. João Antonio Dib. Tinha dezenove pontos, ficaram dois . Então, dezessete pontos estavam errados. Nós tínhamos razão, então.. Vamos admitir que 99% do que dizíamos estava correto. Sumiram dezessete pontos! Então, não existiam aquelas irregularidades, foi usada má-fé. Mas como é que somem dezessete pontos de uma CPI? Como viraram dois pontos? Então, precisamos trabalhar a CPI como uma Comissão com responsabilidade legislativa e pública de averiguar fatos.

Vamos falar de uma CPI vitoriosa, porque teve a responsabilidade de cumprir o Regimento, legislação, Constituição, Ver. Sebastião Melo, que foi a CPI presidida pelo Ver. Juarez Pinheiro, do Montepio, que entregue ao Ministério Público está tomando as providências. Ela foi feita, se não me engano, em sessenta dias no máximo ou até menos, porque essa é uma CPI que foi feita com um trabalho sério, respeitando o Regimento, respeitando a Lei Orgânica do Município, respeitando a Constituição. Juntou provas e, de forma responsável, entregou ao Ministério Público e o Ministério Público está tomando as medidas cabíveis. Inclusive, afastaram a direção, entre outras tantas medidas.

Precisa de um ano, Ver. Zé Valdir, para fazer uma CPI? Um ano e nenhum novo fato, Ver.ª Sofia Cavedon, surgiu depois. Não tem fato nenhum! Dos fatos que foram apresentados aqui, nenhum tinha consistência de prova. O Ver. João Antonio Dib é testemunha porque participava da Comissão: não tinha nenhum fato determinado, não tinha nenhuma prova, tinha uma disputa claramente político-partidária, porque das testemunhas trazidas aqui pelos acusadores, um era assessor do Deputado Berfran Rosado, recebia para trabalhar, inclusive; era testemunha. O outro era assessor do gabinete do Deputado Cézar Busatto. Então, era visto claramente que era para uma disputa político-partidária, única e exclusivamente, mas não com a seriedade para tratar do assunto. E, mais do que isso, depois de terem colocado dezenove pontos, sumiram dezessete e ficaram em dois, que nem precisos são. Então, vamos tratar a CPI com a responsabilidade que o Legislativo tem que tratar do ponto de vista público, e é isso que a população de Porto Alegre espera de nós. Um trabalho sério, competente, envolvido com o que interessa para esta população e não para fazer disputa partidária em ano eleitoral. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 035/02.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, o autor do Requerimento de abertura da CPI não se encontra em Plenário. Então, entendemos, Sr. Presidente, numa matéria dessa relevância, que seria de boa política, de bom entendimento, que estivesse presente o Ver. Nereu D’Avila. Nós examinamos a matéria na Comissão de Constituição e Justiça, quando se apreciou o Parecer do Ver. Luiz Braz.

Todos sabemos que a matéria, no que concerne aos itens enunciados, razão pela qual se solicitou a CPI, está sub judice. É um dado que tem que ser ponderado, pesado, enfim, porque sobre aquelas questões a tentativa de reeditar a CPI se nos afigura esbarrar no próprio recurso que se encaminhou ao Judiciário.

Mas o Ver. Luiz Braz, levantando os dados, entende a ocorrência de fatos novos, de dados novos trazidos com pessoas da comunidade. Dizer, por exemplo, que a aquisição, da forma como foi feita, dos prédios inconclusos ali do Bairro Dona Leopoldina, desviou-se dos padrões da seriedade, me parece que não há dúvida. Quando se paga, vejam bem, acima do preço da construção, como aconteceu no Bairro Dona Leopoldina, ali há um mistério, uma relação que não está esclarecida. Se outros fatos não se sustentam, pelo menos este é digno de uma profunda investigação e de uma profunda inspeção das relações que ali ocorreram.

E lembro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de situações, inclusive sustentadas no seio da Bancada do PT, que os jornais publicaram, de situações muito complicadas.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu entendo que nós temos que, Ver. Luiz Braz, votar esta matéria segunda-feira; é o meu entendimento, até porque quem requer a CPI é o Ver. Nereu D’Avila, que não está presente por motivos relevantes.

Então, é a postura que eu vou adotar. Vamos votar esta matéria, Ver. João Antonio Dib, segunda-feira, no sentido de apreciá-la com toda a tranqüilidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Visivelmente, não há quórum regimental para continuarmos com essa deliberação. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h07min.)

 

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